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O presidente do Fonacate (Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado), Rudinei Marques, afirmou que “mais de 1 milhão de servidores aguardam resposta do governo sobre sua política salarial”.
A declaração do presidente da entidade que liderou o primeiro Dia Nacional de Mobilização, no último dia 18, em que os servidores públicos federais que reivindicam recomposição salarial paralisaram suas atividades e realizaram atos públicos e manifestações em Brasília, foi feita na última quinta-feira (27), em reunião de avaliação do movimento com os sindicatos e associações que integram o Fórum.
Segundo o Fonacate e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos), a campanha prossegue na próxima semana.
No dia 27, as entidades realizam outro dia de paralisação nacional, desta vez com ato virtual aberto a todos os servidores, “com o debate de especialistas no âmbito orçamentário, fiscal, econômico e jurídico”.
A avaliação das entidades é que as manifestações do dia 18, em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, foram “um sucesso”.
“O recado foi dado ao governo! Hoje 1 milhão e 100 mil servidores ativos e aposentados, além de seus familiares, acompanham o debate sobre as perdas inflacionárias do funcionalismo e estão na expectativa da definição da política salarial do governo Bolsonaro”, ressaltou Rudinei.
Segundo o presidente do Sindilegis – sindicato que representa os servidores da Câmara dos Deputados, do Senado e do Tribunal de Contas da União -, Alison Souza, “num contexto de pandemia, de teletrabalho, de recesso e férias, a participação dos servidores na terça-feira superou nossas expectativas”.
Em texto publicado no site da entidade, o Fonacate se refere à última fala de Bolsonaro sobre o assunto, em que, para justificar que sua promessa de aumento aos policiais provavelmente não será cumprida, o presidente tenta engabelar, além das forças policiais, o restante do funcionalismo que já havia sido preterido por ele.
“Há a possibilidade de que servidores públicos federais sejam contemplados com um reajuste salarial no próximo ano”, disse Bolsonaro.
Para Rudinei Marques, isso “é mais uma das mentiras do presidente, porque a Lei Complementar 173/2020 impediu reajustes para além do mandato do governante atual. Reajuste em 2023 é uma promessa irrealizável. E vai reforçar a indignação dos servidores que forem preteridos na recomposição salarial”, disse.
Os presidentes da ANFFA Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários), Janus Pablo, e da AACE, Guilherme Rosa, que representa os analistas do Comércio Exterior, afirmaram que os servidores dos órgãos poderão “intensificar as ações” de protesto, caso o governo não se posicione nos próximos dias.
“O governo fala que não tem orçamento. Mas não apresenta um estudo e nem conversa com os servidores. Com certeza existe espaço orçamentário. E é isso que vamos discutir na quinta-feira. Analisar do ponto de vista econômico e jurídico o que pode ser feito”, disse Braúlio Cerqueira, que é economista e presidente do Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle.
As entidades informaram ainda que “as perdas inflacionárias dos servidores federais (acumuladas desde 2017, para 80% dos servidores; e desde 2019, para os demais), já corroeram cerca de ¼ do poder aquisitivo dos salários”.