São Paulo está desenvolvendo a vacina contra a Covid-19 em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Isso irritou profundamente Bolsonaro, que tentou sabotar as pesquisas no Brasil
Pesquisa Datafolha para 2º turno em São Paulo, divulgada na madrugada de terça-feira (23), mostra Bruno Covas (PSDB) com 55% e Guilherme Boulos (Psol) com 45% dos votos válidos.
Nos eleitores em geral, incluídos aqueles que declaram que vão votar em branco, anular os seus votos ou que ainda não decidiram em quem votar, Bruno Covas ficou com 48% das preferências e Guilherme Boulos com 40%.
A pesquisa também revela que Covas atingiu a melhor avaliação de sua administração desde o início da campanha eleitoral. 35% dos moradores de São Paulo considera sua administração ótima ou boa, um aumento de 10 pontos percentuais desde setembro, contra 21% que a reprovam.
Porém, é em relação à avaliação do mais preparado para ser prefeito de São Paulo que Bruno Covas tem um desempenho mais marcante: 54% dos paulistanos o consideram melhor preparado, contra 36% para Guilherme Boulos.
Quando a consulta é sobre o “mais experiente”, Covas ganha de Boulos por 68% a 20%. Uma diferença de 48 pontos percentuais.
Se é assim no conjunto dos eleitores pesquisados, a maior vantagem de Covas está entre os eleitores com idade acima de 60 anos.
Nesta faixa, 73% dos eleitores declararam que vão votar em Bruno Covas, contra 27% que preferem Boulos. Uma diferença de 46 pontos percentuais.
Este resultado revela a confiança conquistada por Covas entre aqueles que estão mais preocupados com a pandemia de Covid-19.
Como se sabe, a doença é muito mais séria entre pessoas idosas do que entre os jovens. A maioria dos 170 mil brasileiros que já morreram devido a esta epidemia estão nessa faixa de idade, além dos 60 anos, assim como a maioria dos 41,5 mil que morreram no Estado de São Paulo e dos 14 mil e 179 que morreram no município de São Paulo até o dia 23 de novembro.
Essas pessoas de mais de 60 anos são, portanto, o principal grupo de risco para a pandemia de Covid-19.
Não estão em condições, portanto, de subestimar este risco, ao contrário dos jovens.
São esses cidadãos que não conseguem ver em Boulos condições de chefiar o combate à Covid-19 no principal, no mais populoso, município do Brasil.
Por outro lado, essas pessoas já conhecem o desempenho de Bruno Covas no combate à pandemia, na cidade de São Paulo.
Não se trata de uma especulação ou de uma dedução – embora seja uma conclusão lógica.
Na própria pesquisa do Datafolha, no conjunto dos pesquisados – isto é, na soma dos pesquisados de todas as idades – nada menos que 55% consideram Covas mais preparado para “lidar com a pandemia”.
Apenas 26% disseram que Boulos seria o mais preparado para enfrentar a pandemia.
Daí, na faixa de mais de 60 anos, a preferência de 73% dos eleitores por Bruno Covas.
No debate do programa Roda Viva da segunda-feira (23), o preparo de Covas mostrou-se nitidamente superior ao de Boulos no trato da pandemia.
O prefeito buscou apresentar números e mostrar que está aferrado às orientações da ciência e dos especialistas, preocupado com a infraestrutura hospitalar e com a vacina contra a Covid.
Boulos atribuiu falhas que são notoriamente (e lastimavelmente) do governo federal – como é o caso dos 6,8 milhões de testes que estão se perdendo no aeroporto de Guarulhos -, à Prefeitura de São Paulo.
Esta é, aliás, a principal fraqueza de Boulos: o seu despreparo é percebido pela população.
Assim, na pesquisa do Datafolha, se na pandemia Covas é considerado pela maioria o mais preparado para enfrentá-la (55% a 26% para Boulos), o mesmo acontece quando à área de Saúde em geral (54% a 32%), à Educação (48% a 39%) e aos transportes (45% a 37%).
Além disso, Bruno Covas é considerado “mais trabalhador” do que Boulos pela maioria: 48% consideram Covas mais trabalhador do que seu adversário, enquanto 33% consideram Boulos nesse quesito.
São percentuais do conjunto dos eleitores.
Mas a ascensão das preferências por Bruno Covas no segundo turno, entre que têm mais de 60 anos de idade – 73% preferem Covas contra 27% que preferem Boulos – é devida, sobretudo, à percepção de que o atual prefeito é mais sério e mais preparado para enfrentar o principal problema do momento, a pandemia de Covid-19.