Ação do governo federal contra a invasão criminosa contou também com a participação do Ibama e Polícia Federal
As Forças Armadas, em colaboração com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a PF (Polícia Federal), desmontaram 5 acampamentos nos garimpos Feijão Queimado e Hakoma, localizados na região de Surucucu, na TIY (Terra Indígena Yanomami), em Roraima.
A operação ocorreu, nas últimas sexta-feira (21) e sábado (22), resultando também na inutilização de 9 motores e 5 geradores de energia utilizados nas atividades ilegais.
Esta ação integra a Operação Catrimani 2, coordenada pelo Ministério da Defesa e articulada com a Casa de Governo, que supervisiona as ações do Governo Federal na TIY.
O governo federal instalou, em 29 de fevereiro, a Casa de Governo, em Boa Vista (RR), que coordena ações de proteção à TIY. Essa estrutura faz parte da nova etapa da “desintrusão”, com orçamento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão para iniciativas estruturais que fortaleçam a saúde pública, a fiscalização e o combate ao crime organizado, entre outras medidas.
QUEDA NO GARIMPO ILEGAL
De acordo com o Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), ligado ao Ministério da Defesa, os alertas de garimpo na TIY caíram de 378, entre janeiro e abril do ano passado, para 102 no mesmo período de 2024, representando redução de 73%.
A operação contou com a participação de helicóptero Super Cougar da Marinha, 12 militares das Forças Armadas, 2 agentes do Ibama e 2 agentes da PF.
Desde o início da Operação Catrimani 2, em março de 2024, foram destruídos 147 acampamentos, apreendidas 27 armas, inutilizadas 12 aeronaves e 33 balsas.
“DESINTRUSÃO”
Essa ação de “desintrusão” consiste na retirada dos não indígenas que, ocupando parte das terras homologadas, representam ameaça aos indígenas e à floresta, que já teve parte da vegetação destruída, e favorece a exploração de atividades ilegais.
Estão envolvidos nessa operação, que teve início em fevereiro de 2023, Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Ibama, PF, MPF (Ministério Público Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Força Nacional, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Censipam e AGU (Advocacia-Geral da União).
FASE 1
Na primeira fase do plano, além da saída dos invasores sem conflitos, o governo focou em dar assistência aos indígenas e proteger postos de saúde e bases da Funai.
FASE 2
Os garimpeiros que continuaram ocupando ilegalmente o TY foram sujeitos às ações policiais para deixarem os locais de garimpo.
INVESTIGAÇÕES
Na época, ainda sob a gestão do então ministro da Justiça Flávio Dino, ele deixou claro que os garimpeiros que saíssem do território na primeira fase, sem conflitos com as forças policiais, continuariam no alvo das investigações sobre os crimes ali cometidos.
Sobre as investigações, o então ministro Flávio Dino informara que os alvos prioritários seriam os agentes públicos responsáveis pela tragédia humanitária Yanomami, os responsáveis por desvios de dinheiro na saúde e os donos e financiadores dos garimpos ilegais.