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Mais da metade das superintendências da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão com orçamento de R$ 2,9 bilhões, foram entregues por Jair Bolsonaro a seus aliados do “centrão”.
Os cargos de comando foram dados a familiares de políticos, um coach, um especialista em “análise sensorial de cachaça” e um dono de restaurante self-service.
Foram entregues a aliados do centrão as chefias da Funasa em 17 Estados e em Brasília. Os principais partidos beneficiados foram o PL, o PP, o Republicanos e o PSD.
A Funasa, que deveria realizar obras de saneamento básico pelo país, virou um duto de escoamento de dinheiro do orçamento secreto. Desde 2020, já recebeu R$ 635 milhões do orçamento secreto, sem que haja qualquer tipo de controle.
A Presidência da Funasa foi entregue, em 2020, a um aliado do deputado Diego Andrade (PSD-MG), o coronel da Polícia Militar Giovanne Gomes da Silva.
Quando o policial Giovanne Gomes da Silva deixou a Funasa, em dezembro de 2021, escreveu uma carta registrando seu “agradecimento especial ao presidente da República Jair Bolsonaro e à bancada do PSD, na pessoa do deputado federal Diego Andrade, a oportunidade e confiança a mim depositada”.
Seu substituto foi o advogado Miguel Marques, concunhado do deputado Diego Andrade. Os dois são bastante próximos e postam várias fotos juntos nas redes sociais. O diretor executivo da Funasa, Paulo Roberto Martinho de Souza, também é de indicação do parlamentar, tendo sido seu assessor na Câmara.
O Departamento de Saúde Ambiental (Desam) foi entregue por Bolsonaro à esposa do deputado Wellington Roberto (PL-PB), Deborah Silva Figueiredo Roberto.
Em seu currículo, ela diz que é coach em excelência motivacional e analista comportamental.
O Departamento de Engenharia de Saúde Pública (Densp), responsável por licitações milionárias, foi entregue para Marlos Costa, apadrinhado do deputado Domingos Neto (PSD-CE). Marlos Costa foi assessor do pai de Domingos Neto na Assembleia Legislativa do Ceará.
O Departamento de Engenharia de Saúde Pública realizou licitações com sobrepreço de R$ 131 milhões para poços que foram construídos no Nordeste. Muitos dos poços sequer conseguem fornecer água para a população.
Na superintendência do Espírito Santo, o beneficiado foi o deputado Neucimar Fraga (PP-ES), que indicou seu amigo Ayrton Silveira, dono de um restaurante self-service para a chefia.
Ayrton Silveira diz, em seu currículo, que é “especializado em análise sensorial de cachaça e boas práticas na fabricação da bebida”.
O superintendente da Funasa no Maranhão, Augusto Ferreira, chegou ao cargo em 2021. Seu pai, Albérico Filho (MDB), é primo do ex-presidente José Sarney (MDB).