Sachs indicou que além do interesse explícito manifestado pelo secretário de Washington, Anthony Blinken, se sabe da presença de helicópteros norte-americanos sobrevoando a região onde se deu ataque e no momento em que as explosões aconteceram
“A destruição do gasoduto Nord Stream é uma ação dos Estados Unidos, talvez dos Estados Unidos e da Polônia”, afirmou Jeffrey Sachs, economista da Universidade de Columbia (EUA) e ex-assessor de três secretários-gerais da ONU, nomeado pelo Papa Franciso para a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
Sachs fez as convictas denúncias sobre as recentes explosões sobre o Mar Báltico durante entrevista à Bloomberg TV.
Ao ser questionado por um dos entrevistadores, que pediu a apresentação de provas, Jeffrey Sachs sustentou que dados de radar indicam helicópteros militares estadunidenses, baseados na Polônia, circulando numa área próxima quando ocorreu o acidente.
Os atacados gigantescos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 – de cerca de 1.200 quilômetros de extensão – são essenciais para o abastecimento de 40% do gás europeu, fornecendo mais da metade quando se olha exclusivamente para a Alemanha.
O analista também citou que Washington já havia feito várias ameaças anteriores de fechar o Nord Stream, de uma forma ou de outra, e que o próprio secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, qualificou a destruição do oleoduto como “uma tremenda oportunidade”. “Essa é uma maneira estranha de falar, se você está preocupado em não invadir infraestrutura internacional crítica”, acrescentou o especialista.
“No Ocidente não é permitido dizer essas coisas”, declarou Sachs, “mas o fato é que quando falo com pessoas ao redor do mundo, todas acreditam que foram os Estados Unidos que fizeram isso”. O especialista compreende que o mundo “está entrando na era geopolítica mais instável em muitas décadas”, no que descreveu como um grande embate não apenas entre os EUA e a Rússia, mas também entre os EUA e a China.
Na sua avaliação, além da falta de esforços para mitigar a grave crise em andamento, há um “enorme número de provocações” feitas por Washington, em que “estamos quebrando qualquer senso de estabilidade”.