Durante a manifestação contra Bolsonaro (sem partido), realizada no sábado (3), na Avenida Paulista em São Paulo, partidos se unificaram pelo impeachment e PT e PSOL comemoraram a adesão de novos setores da sociedade aos gigantes protestos.
No Masp, a presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann, discursou e comemorou a participação do PSDB nos atos. “Isso significa que o movimento para tirar Bolsonaro está crescendo”, disse a deputada federal que ainda destacou a importância da mobilização. “Muita gente participando. O ato é quente. A campanha é por fora Bolsonaro”, disse.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, destacou o projeto de ataques à soberania nacional de Bolsonaro e comemorou a pluralidade das forças políticas presentes em oposição ao governo. “Não estamos sozinhos, nenhum partido nem movimento social. Então, agradeço a todos que estão nas ruas, em meio a uma pandemia, mais de 300 atos, contra um presidente genocida. É a raiva, a indignação que está no nosso coração”, disse.
“Nossa luta é pela vida. Nossa indignação é também contra Arthur Lira. Presidente da Câmara, que prefere tirar direitos de indígenas a abrir o processo de impeachment. Já aprovou na Câmara a independência do Banco Central para entregar para a elite econômica a riqueza dos brasileiros. Nossa indignação tem que ser direcionada a todos eles”, completou o psolista.
O líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, em seu discurso na Avenida Paulista, disse neste sábado que a ‘hora H’ e o ‘dia D’ de Bolsonaro estão chegando. “Espero que ele [Bolsonaro] saia do Palácio do Planalto diretamente para a Papuda”, disse Boulos, se referindo ao presídio da Papuda, em Brasília.
“Não faz muito tempo, os bolsonaristas ocuparam essa avenida dizendo que era para acabar com a corrupção. Agora essa turma está roubando dinheiro em contrato de vacina durante uma pandemia. Como é que fica? O Bolsonaro chamou nossos manifestantes de vagabundos. Vagabundo é quem rouba dinheiro de vacina e faz rachadinha com dinheiro de gabinete, como o filho dele”, disse Boulos.
O ex-prefeito Fernando Haddad se dirigiu a Bolsonaro e fez um discurso inflamado em defesa da democracia.
“Cada vez que você ameaçar a democracia, ocuparemos as ruas. Aqui tem gente que lutou pela redemocratização do país. Você é um representante da ditadura militar, um representante mequetrefe, saiu dos porões da ditadura junto com os torturadores. Não se engane, Bolsonaro, você não é dono de nada, está com os dias contados”, declarou o candidato do PT nas eleições de 2018.
“O povo resolveu se reencontrar com seu destino, e está na rua para tomar esse país de volta às suas mãos. Você é um assassino, desgraçado, que matou 500 mil brasileiros desnecessariamente. Atrasou a compra da vacina, comprou remédio ineficaz e vai pagar por esses crimes. Seu Artur Lira, você não está na presidência Câmara para fingir que nada acontece na rua”, disse Haddad.
PDT
O PDT também se somou ao protesto pedindo o impeachment de Bolsonaro resgatando Getúlio Vargas com faixas e cartazes além de entoarem palavras de ordem em homenagem a Leonel Brizola.
“É uma reestruturação que o Ciro e o Lupi estão fazendo. A gente precisa retomar a bandeira do trabalhismo nas ruas”, explicou durante a manifestação na Avenida Paulista, João Guilherme Desenzi, presidente da Juventude Socialista do PDT de Campinas.