Em reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), na última semana, os integrantes do governo decidiram adiar a votação sobre a ampliação do seguro-desemprego em duas parcelas durante a pandemia. Os representantes da equipe econômica pediram prazo de 15 dias para a apresentação de uma nova proposta sobre a questão.
O Codefat é um fórum tripartite com 18 membros, sendo 6 do governo, 6 indicados pelos empresários e 6 representantes dos trabalhadores. Se a medida for aprovada pelo Conselho, o trabalhador que perder seu emprego, sendo demitido sem justa causa, terá direito entre cinco a sete parcelas do benefício. Hoje, são concedidas de 3 a 5 parcelas.
No mês de agosto o desemprego chegou a 13,6 milhões de trabalhadores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A medida ajudará milhões de pessoas, num momento ainda mais importante, quando o auxílio emergencial foi reduzido pela metade e uma parcela considerável dos beneficiários deixarão de receber devido às novas restrições aplicadas pelo governo Bolsonaro.
A ampliação das parcelas foi uma demanda apresentada pelas centrais sindicais, voltada para reduzir os efeitos sociais e econômicos do avanço do desemprego no país. O adiamento da votação é um sintoma da falta de vontade do governo em aprovar a proposta e atender a necessidades dos trabalhadores nesse momento de agravamento da crise econômica pela pandemia do novo coronavírus.