O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), confirmou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (21), a presença da cepa indiana – variante da Covid-19 – em tripulantes de um navio que pedia para atracar em porto do estado.
Segundo Dino, o um tripulante indiano foi transferido para um hospital particular de São Luís, onde permanece internado. Como medida, o governador proibiu que o navio atraque em porto maranhense e decretou quarentena dos tripulantes. O navio estava destinado ao porto da mineradora Vale.
“Estamos tomando as providências que cabem ao Governo do Estado. Não há, até o presente momento, nenhum sinal da transmissão comunitária da cepa indiana”, afirmou Flávio Dino. Ele ponderou que, tendo em vista o descontrole sanitário que o Brasil vive há um ano e três meses, a cepa indiana pode chegar ao país por outros meios.
O governo estadual determinou que o navio não poderá atracar em porto maranhense enquanto estiver nesta situação sanitária; e ao hospital privado onde o paciente indiano se encontra, solicitou testagens. “Jamais poderíamos negar o atendimento médico. Isto é um crime. Obedecemos aos preceitos legais e humanitários. Os profissionais do hospital estão sendo testados e vacinados, e, até o momento, nada indica, no mundo, que esta cepa escape da proteção vacinal”, frisou.
A variante indiana é considerada de preocupação global pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por ser de alta transmissão e já está presente em 40 países. As vacinas existentes são eficazes para combate a qualquer variante, segundo afirmação da OMS.
Cerca de 100 pessoas que tiveram contato com esses tripulantes serão testadas e também isoladas, de acordo com o secretário de Saúde estadual de Saúde, Carlos Lula.
De acordo com o secretário, foi possível fazer o estudo genômico de seis das 15 amostras estudadas. Em todas as seis amostras foram confirmadas a cepa indiana. “A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirmação da cepa”, disse o secretário.
A variante tem sido apontada como responsável pela explosão no número de casos e mortos por coronavírus na Índia, que tem batidos recordes diários. A chegada dela ao território brasileiro é vista com imensa preocupação, já que ela pode desencadear uma nova e mais grave onda da pandemia.
Chamada de B.1.617, a variante indiana tem semelhanças com as cepas brasileira, Sul-Africana e com a do Reino Unido. Ela destaca-se por duas mutações específicas: a E484Q e a L452R, em uma conjunção inédita.
VACINAÇÃO
Durante a coletiva, Flávio Dino também falou sobre a aquisição da vacina russa Sputnik V. Ele explicou que um novo relatório foi enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é aguardada a avaliação.
Com relação à imunização contra a Covid-19 no Maranhão, até o momento somam 2,57 milhões de doses recebidas. Novas doses serão enviadas aos municípios com 80% ou mais de aplicação. O estado contabiliza 100 mil profissionais da educação vacinados em um mês.
“Esse é o melhor desempenho do país e, em breve, teremos a retomada das aulas presenciais na rede estadual. Queremos avançar nos grupos etários e esperamos a atualização do plano de vacinação pelo Ministério da Saúde. Esperamos que isso se dê na próxima semana”, disse Flávio Dino.
O governador também resumiu o encontro com o embaixador da China, em que foi discutido o envio de insumos para produção de 16 milhões de doses de vacinas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz.
“Nos foi garantido este envio e acredito que a produção de vacinas, que está parada no Brasil, deve retomar na próxima semana”, informou o governador.
O encontro com o embaixador tratou ainda da possibilidade de adquirir vacinas já produzidas em laboratórios chineses.