O Ministério da Saúde divulgou informações sigilosas sobre o contrato de compra das vacinas Janssen, da Johnson & Johnson, e a aquisição pode ser rescindida.
Em seu site, o Ministério comunicou que fechou o contrato, no dia 19 de março, para a compra de 38 milhões de doses no valor total de R$ 2,14 bilhões. Cada dose custou US$ 10.
Todas essas informações são sigilosas, conforme diz o próprio contrato divulgado pelo governo Bolsonaro. Depois que o caso saiu nos jornais, o contrato foi tirado do ar.
No documento, o Ministério “reconhece e concorda” que as informações do contrato “constituem informações confidenciais, financeiras, científicas e/ou técnicas fornecidas ao governo comprador em sigilo”.
O governo Bolsonaro não podia ter divulgado “informações competitivamente sensíveis e exclusivas da Janssen que, se divulgadas ou de outro modo disponibilizadas ao público, resultariam em prejuízo competitivo significativo e perda indevida para a Janssen e suas Afiliadas”.
Outro trecho diz que, em caso de “violação substancial” das cláusulas e não resolvidas em até 90 dias, o contrato pode ser rescindido.
A Johnson & Johnson e o Ministério da Saúde ainda não se manifestaram sobre o erro. As vacinas só deverão chegar ao Brasil no final do ano.
O Ministério da Saúde também divulgou os dados do contrato com a Pfizer, que também deveriam ser sigilosos. O documento postulava que as informações sobre previsão de entrega das doses e o preço não poderiam ser divulgados pelos próximos 10 anos, sob pena de cancelamento do acordo. O Ministério tirou o documento do ar e o contrato ainda está em vigência.
Parece que o governo quer mesmo é que sejam cancelados os contratos. Bolsonaro nunca quis vacinar a população, sabotou as vacinas e investiu no charlatanismo da cloroquina, ivermectina e outros medicamentos inúteis contra a Covid-19.
O indicado de Bolsonaro para chefiar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Barra Torres, até hoje protela os pedidos de registros da vacina Sputnik V.