
O privatista obriga a Petrobrás a dolarizar seus preços que não param de subir. Prometeu gás de cozinha a R$ 35 e está entregando a R$ 135
Jair Bolsonaro não quer ser incomodado com as queixas da população em relação aos aumentos descontrolados dos combustíveis e do gás de cozinha. Onde já se viu incomodar o “mito” com um assunto desses.
Na campanha eleitoral, enchia a boca para prometer que em seu governo a gasolina custaria no máximo R$ 2,5 e o gás de cozinha seria vendido a R$ 35. A primeira está a R$ 7,5 e o botijão custa R$ 135. Só este ano o diesel aumentou 65,3% e a gasolina 73%.
Seu governo obriga a Petrobrás a vender gasolina e o diesel a preços dolarizados e atrelados ao barril de petróleo no mercado internacional. A Petrobrás produz 80% dos derivados consumidos no país a um custo baixo e poderia vender mais barato para o consumidor brasileiro. Mas os importadores de gasolina das multinacionais dos EUA não querem que a Petrobrás venda mais barato e pressionam o governo.
Eles estão ganhando muito com os preços dolarizados pelo governo. Se a Petrobrás calcular os preços baseados em seu custo de produção, seus preços caem e essas empresas deixam de lucrar os tubos como estão fazendo agora.
Os brasileiros, e especialmente os caminhoneiros, não estão aceitando mais a escalada desenfreada dos combustíveis. A culpa pela disparada dos preços é de Bolsonaro, cujo governo é o acionista majoritário da empresa, e chancela essa politica absurda de paridade de preços de importação (PPI). Mas, ele não quer ser incomodado. Diz que não tem nada a ver com isso e que a culpa é da Petrobrás.
Chegou a dizer nesta quarta-feira (27) que a estatal “só serve para dar dor de cabeça e prestar serviço a acionistas”.
A Petrobrás está sendo sabotada pelo governo Bolsonaro. É ele que está dando dor de cabeça, tanto à Petrobrás quanto ao povo brasileiro. Ao contrário do que acontece em outras petroleiras no mundo, a empresa brasileira está sendo esquartejada e suas subsidiárias, altamente lucrativas, como a BR Distribuidora, os gasodutos e petroquímicas, estão sendo vendidas. Não há investimentos em novas refinarias e as que existem também estão sendo vendidas.
Não por acaso o ministro Paulo Guedes, que esconde R$ 50 milhões em contas secretas nas Ilhas Virgens Britânicas, disse essa semana que “em 30 anos a Petrobrás não valerá nada”. É exatamente esse o plano do governo. Eles literalmente querem desmontar a Petrobrás, agravando ainda mais a crise econômica do país.
Bolsonaro e Guedes estão colocando em prática um plano de destruição sumária da Petrobrás. Se dependesse só de Guedes, ela já estaria até privatizada, ou seja, já seria propriedade de alguma multinacional.
Mesmo o ganho obtido com as crescentes exportações de petróleo bruto, feitas pela estatal, não estão servindo para fortalecer o orçamento da União. Os bilhões obtidos nessas vendas estão sendo embolsados pelos acionistas, na maioria estrangeiros, da empresa. Ao invés de resolver esse problema, a não permanência no país dos recursos do petróleo, aliás problema que ocorre também através de outras multinacionais que atuam no Pré-sal, Bolsonaro acha que resolve se desfazendo da Petrobrás. Aí todo, o petróleo e o lucro passariam a ser estrangeiros.
Bolsonaro não quer resolver o problema dos preços altos que estão esfolando o povo brasileiro e inviabilizando o trabalho dos caminhoneiros. Ele não quer mudar a política desastrosa de atrelar os preços internos ao dólar e ao barril de petróleo. Essa mudança não é do interesse das multinacionais. Por isso, Bolsonaro não a altera. Seu governo só beneficia especuladores e multinacionais.
Ele não quer fazer o óbvio que é taxar as exportações de petróleo e criar um fundo de estabilização que possa equilibrar, com recursos destes impostos e de outras fontes, a diferença dos preços externos e internos dos derivados como gasolina e diesel. Não. Ele não quer fazer nada disso. O país esta à beira do caos e Bolsonaro simplesmente não quer ser incomodado.
E, para não ter dor de cabeça com os preços altos dos combustíveis e do gás de cozinha, ele quer entregar logo a Petrobrás para as multinacionais. Essa é a solução de Bolsonaro. Os preços, evidentemente, vão aumentar ainda mais, mas ninguém vai poder reclamar dele, porque ele já teria se desfeito da empresa.
Essa alternativa é o cúmulo da estupidez, da falta de caráter e de patriotismo. Aliás, sobre ‘patriotismo’ é bom lembrar que a bandeira para a qual Bolsonaro faz reverência e bate continência é a bandeira dos Estados Unidos.
Dizer que a Petrobrás, que descobriu o Pré-sal, que extrai petróleo a seis mil metros de profundidade, usando alta tecnologia, orgulho dos brasileiros, é uma empresa que “só dá dor de cabeça” é o retrato da escória e do desgoverno que tomou conta do Palácio do Planalto.
Ele não se importa com o país. Não se preocupa com seu povo. É um capacho dos americanos, principalmente dos trumpistas, e, se puder, destruirá a economia nacional, entregando todas as empresas brasileiras ao capital estrangeiro. Já deu mostras de seu poder destrutivo na pandemia, levando o país à condição de campeão mundial em mortes de Covid-19 por milhão de habitantes.