“Decidimos organizar um movimento suprapartidário de defesa do STF e da democracia. Não deixaremos uma instituição isolada porque isso é um espaço para ruptura democrática”, explicou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Grupo se reuniu com ministros do Supremo
Um grupo de senadores se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para demonstrar apoio contra os ataques que Jair Bolsonaro vem fazendo.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que os ataques recentes de Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas e o perdão presidencial concedido para Daniel Silveira acenderam “um sinal além do amarelo, pois existe uma clara ameaça”.
“Decidimos organizar um movimento suprapartidário de defesa do STF e da democracia. Não deixaremos uma instituição isolada porque isso é um espaço para ruptura democrática”, explicou Randolfe.
O grupo também é composto por Simone Tebet (MDB-MS), apontada como pré-candidata à Presidência pelo MDB, Tasso Jereissati (PSDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM) e Marcelo Castro (MDB-PI).
Para Renan Calheiros, “nenhum Poder pode ficar sozinho; é preciso mostrar solidariedade ao STF. Vamos estabelecer um calendário de conversas com todos os setores além da Corte. Isso incluirá militares e ex-ministros da Defesa”.
Eles conversaram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disse apoiar o movimento em defesa do STF e das eleições.
Os senadores se reuniram com os ministros Alexandre de Moraes, que é um dos alvos mais frequentes dos ataques bolsonaristas, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes e André Mendonça.
O grupo está organizando manifestações públicas em defesa da democracia e das instituições.
O STF condenou, por 10 votos contra apenas 1, o deputado Daniel Silveira por suas ameaças contra ministros da Corte e por falas defendendo seu fechamento. No dia seguinte, Bolsonaro editou um decreto perdoando Silveira de canetada. Em discurso, falou que estava libertando um “inocente”.
Jair Bolsonaro, depois de divulgar inúmeras mentiras sobre o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, disse que se “algo de anormal” acontecesse nas eleições o pleito deveria ser suspenso.
A fala foi rechaçada por Rodrigo Pacheco. O presidente do Senado afirmou que “as instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral. A Justiça Eleitoral é eficiente, e as urnas eletrônicas, confiáveis. Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil”.
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), também condenou os ataques ao processo eleitoral do país, feitos na esteira do perdão a Daniel Silveira. Lira reafirmou que o sistema eleitoral brasileiro “é uma referência” e pensar diferente coloca em dúvida “a legitimidade de todos os eleitos pelas urnas”.
“O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas. Vamos seguir — sem tensionamentos — para as eleições livres e transparentes”, afirmou Lira.
O ex-líder do governo Bolsonaro, senador Fernando Bezerra, apoiou Pacheco e comentou que “o Estado Democrático de Direito é uma conquista do povo brasileiro e o Parlamento estará atento a qualquer tentativa de desestabilização da ordem constitucional”.
Relacionadas: