Ele exige que estados e municípios congelem salários e mantenham depauperadas as escolas públicas, o corpo de bombeiros, as delegacias, etc. A ordem é reduzir os serviços públicos
O ministro Paulo Guedes, com sua mentalidade tosca de chicago-boy, não percebeu ainda que a casa dele caiu. Ele insiste na política de arrocho aos estados e municípios e perseguição aos servidores públicos, entre eles médicos, professores, policiais, bombeiros, etc.
Só que esta política neoliberal foi varrida do mapa em todo o mundo. Só ele e Bolsonaro insistem em se manter presos ao passado que já foi enterrado.
As dificuldades que o Brasil está tendo para diagnosticar e tratar as vitimas da pandemia da Covid-19 é só um dos resultados dessa política desastrosa de desmonte do estado.
A chantagem que o governo Bolsonaro está fazendo ao Congresso Nacional e aos estados e municípios, alardeando que o projeto de ajuda emergencial aos governadores e prefeitos seria uma “pauta bomba”, é inadmissível.
Guedes exige, para liberar algum dinheiro, que governadores congelem a folha de salários dos servidores públicos. Ou seja, nada de mais e melhores profissionais de saúde, nada de ampliação dos leitos. Tem que manter tudo como está, ou, de preferência, desmantelar tudo.
Por isso o Planalto não admite que estados tenham acesso a empréstimos para investimentos em serviços públicos. Ou seja, Guedes, assim como Bolsonaro não se importam com as vidas das pessoas. Não se importam se morrem mil ou dez mil pessoas. Querem manter o país sem leitos de UTI, sem saneamento, sem segurança, etc.
Eles só pensam em salvar bancos. No dia 23 de março, Guedes anunciou um pacote de 1,2 trilhão de reais para melhorar a liquidez do sistema financeiro. Ninguém falou em “pauta bomba”.
A proposta em votação no Congresso prevê a liberação de R$ 40 bilhões emergenciais e autoriza os estados a fazerem crédito, avalizado pelo Tesouro, de R$ 50 bilhões, sem contrapartidas de arrocho. Guedes está pressionado os senadores para derrubarem esta proposta.
Ele acena com os R$ 40 bilhões, mas não autoriza os financiamentos e ainda exige congelamento da folha de salários por dois anos.
Não está descartada ainda a edição de uma Medida Provisória (MP) com esses termos. A proposta inicial é de R$ 32 bilhões, com folga para subir até R$ 40 bilhões.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) contesta os números do governo. O Planalto fala que o projeto da Câmara poderia afetar os cofres públicos em R$ 222 bilhões, segundo cálculos do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Maia diz que não passa de R$ 90 bilhões.
O plano que leva o nome do secretário do Tesouro previa alívio financeiro imediato aos governos regionais, mas exigia contrapartidas de arrocho nas contas. O STF já havia aprovado a suspensão dos pagamentos de dívidas dos estados durante a pandemia.