Após reunião “frustrante” com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (13), o Sindicato dos Auditores-Federais da Receita Federal (Sindifisco) afirmou que o movimento da categoria contra os cortes na Receita, descumprimento de acordo, e arrocho irá se intensificar.
Os servidores realizam uma mobilização nunca antes vista entre funcionários da Receita, com a entrega de cargos, operação-padrão nas atividades de importação e exportação e a convocação de uma greve junto com as demais carreiras do funcionalismo.
Diante disso, o ministro não apresentou nenhuma proposta concreta e disse que não pode se comprometer com um prazo para a solução das pautas apresentadas pela categoria, conforme relatou o presidente o presidente do Sindifisco, Isac Falcão.
De acordo com Falcão, o Sindifisco esperava que fosse apresentada alguma proposta de solução “dada a gravidade do problema do orçamento da Receita Federal e dada a necessidade de resolução do problema do bônus-eficiência que já se arrasta a 5 anos sem regulamentação”.
“Depois de levar um ofício ao ministro especificando o tamanho do problema, era esperado que o governo se posicionasse e encaminhasse uma resolução. O ministro se manifestou na questão de compreender o pleito e até de achar justo, mas disse que não pode dar um prazo para sua implementação e que entende que esse não é o momento para dar solução a essas questões”, disse Isac.
O presidente do Sindifisco afirmou que “o encontro, infelizmente, foi decepcionante e a situação da Receita Federal está longe ainda de ser resolvida”. Para ele, esta é uma demanda que poderia ser resolvida caso houvesse vontade política de Bolsonaro.
“Infelizmente é um problema mais da ossada do Presidente da República, que poderia editar um decreto que possa fazer gestão junto ao Congresso Nacional para a modificação de um orçamento. Então, não há perspectiva de solução no curto prazo e a perspectiva é de acirramento do movimento dos auditores-fiscais da Receita Federal”, disse Falcão.
Em nota, o Sindifisco disse ressalta que “o movimento certamente vai ser endurecido. A gente vai levar as informações que obteve para os auditores-fiscais e eu não consigo ver outro cenário que não seja a ampliação da indignação e a ampliação do movimento”, afirmou o líder sindical.
Isac lembrou que o bônus-eficiência foi aprovado pela Lei 13 464/2017 e que o texto dá um prazo para a implementação do comitê gestor do bônus para março de 2017, mas que “até hoje o Executivo não cumpriu sua obrigação, o seu compromisso firmado de instaurar esse comitê”.
“A gente esperava que fosse apresentada hoje a solução com Decreto em vias de ser editado e a solução do quesito da questão orçamentário. Estamos na expectativa de que o movimento se acirre”, disse Isac.