Neste feriado de 15 de novembro foram colocadas as cartas na mesa sobre a sucessão do presidente do Banco Central do Brasil (BC). Pela manhã, conforme notícia do Estadão, o atual presidente Ilan Goldfajn afirmou que não aceitaria o convite de continuar na presidência do banco, por motivos pessoais e familiares, e que já teria avisado o futuro ministro da economia Paulo Guedes sobre sua decisão.
Nas primeiras horas da tarde o anúncio do nome de Roberto Campos Neto foi feito em nota da assessoria de Guedes: “O economista Roberto Campos Neto aceitou o convite e terá seu nome indicado ao Senado Federal para presidir o Banco Central. Com extensa experiência na área financeira, pós-graduado em economia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Campos Neto deixa a diretoria do Banco Santander, onde ingressou em 2000″.
Na terça-feira (13), Campos Neto esteve no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde a equipe de transição está trabalhando, quando se reuniu com Paulo Guedes, saindo sem falar com a impressa. O diretor do Santander é neto do ex-ministro do Planejamento Roberto Campos (1964-1967).
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) parabenizou o futuro presidente do BC. Disse que Campos Neto tem as “qualificações e experiência para desempenhar com sucesso esta missão, na qual contará com a colaboração da Febraban”
No processo sucessório, o atual presidente do BC teria a preferência de Paulo Guedes, chegando a declarar que seria natural a permanência de Ilan à frente do BC. Em outubro, Guedes disse, no entanto, que não havia feito o convite formal ao presidente do BC. “Não quero convidar alguém que não tem o desejo de ficar. A motivação é fundamental”.
Era também de conhecimento público que outras cinco opções eram consideradas para substituí-lo. O projeto de “autonomia” do BC, atualmente na Câmara Federal, com a proposta de mandatos fixos para diretoria do banco a partir de 2020, foi um assunto que esteve na pauta, no curso da escolha do novo presidente, cujos entendimentos ou a falta deles, não se sabe quais foram.
Repetindo o que já ocorre há muitas nomeações, o novo presidente do BC, contando com a aprovação do seu nome pelo Senado, será mais um banqueiro ou, digamos, um profissional, até então, de um deles.
Monsueto fica na secretaria do Tesouro Nacional
Confirmando notícias que circularam, ainda antes do término das eleições, de membros da equipe econômica de Temer poderiam compor na equipe de Bolsonaro, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, vai permanecer no cargo, no futuro governo de Jair Bolsonaro, confirmado, na mesma comunicação do presidente do BC.
Mansueto é especialista em finanças públicas, foi para o governo federal junto com Henrique Meirelles no ministério da Fazenda de Temer.