A China já havia denunciado a ingerência através de fotos da cônsul norte-americana em Hong Kong com os adeptos da separação via invasão estrangeira. Pedido vem no auge da guerra comercial contra seu país.
“Manifestantes” foram até o consulado dos Estados Unidos, em Hong Kong, portando bandeiras norte-americanas, também cantaram o hino dos EUA. Um grupo trazia uma faixa pedindo: “Trump, por favor, liberte Hong Kong”. Os adeptos da separação via invasão estrangeira também entoavam palavras de ordem como “Cante pela liberdade, fique ao lado de Hong Kong” e “Resista a Pequim, libere Hong Kong”.
Um grupo entregou a funcionários do consulado uma petição pela intervenção norte-americana na cidade notabilizada pela sua bolsa, durante muito tempo considerada a maior da Ásia e, antes dela, pela invasão inglesa na chamada “Guerra do Ópio”, através da qual, o Império Britânico a incluiu entre as suas possessões na Ásia.
A polícia local assistiu ao ato sem interferir, até que teve início uma ação de vandalismo com pedras e tijolos arremessados contra lojas e agências de bancos, que tiveram suas vidraças estilhaçadas, houve ainda queima de caixas de papelão no meio de ruas nas imediações do local do protesto.
Os manifestantes também se chocaram com a polícia quando tentavam – através de um quebra-quebra – impedir o funcionamento da principal estação de metrô, na região central de Hong Kong.
O estranho é que a radicalização acontece logo depois da chefe do Executivo local, Carrie Lam, anunciar a retirada do projeto de lei que – uma vez aprovado – permitiria à China (à qual Hong Kong hoje está integrada como região autônoma, no projeto denominado “Um país, dois sistemas”) pedir a extradição ao continente de criminosos que estejam ou venham se abrigar na cidade. A lei foi o motivo alegado pelos manifestantes para iniciar os protestos. Agora seus líderes dizem que o Executivo “demorou a atender aos protestos”.
Uma das manifestantes, que a Reuters identificou como “Cherry, de 26 anos, que trabalha no setor financeiro”, explicitou a intenção dos atos recentes: “Com a guerra comercial entre os EUA e a China, é uma boa oportunidade para mostrarmos aos EUA como os grupos pró-China estão violando direitos humanos em Hong Kong e permitindo a brutalidade policial”.
A guerra comercial a que Cherry se refere, em especial nas ações contra a empresa chinesa de telecomunicações a Huawei, é uma clara confissão dos Estados Unidos de que estão perdendo a disputa pelo domínio de tecnologia avançada para a China.
Durante o desenvolvimento das manifestações de Hong Kong, a China reiterou as denúncias e as exigências de que os Estados Unidos cessem a intervenção na cidade.
Além disso, houve o escândalo do flagra do encontro da conselheira política do consulado norte-americano em Hong Kong, Julie Eadeh, com o assim chamado ‘líder dos protestos’, Joshua Wong, tornou-se público que ela também estivera no mesmo dia com dois conhecidos apologistas do separatismo, Anson Chan Fang e Lee Chu-ming.
A China também teve que lembrar a funcionários do governo inglês de que Hong Kong não é mais uma de suas colônias. Como respondeu a porta-voz Hua após telefonema do ministro das Relações Exteriores da Inglaterra: “Gostaria de salientar que Hong Kong hoje é uma região administrativa especial da República Popular da China. Já se passaram os dias em que estava sob o domínio colonial britânico”.
Veja matéria sobre o histórico de interferências em Hong Kong e em outros casos a exemplo da ação aberta de ingerência na Ucrânia durante a sublevação que teve a praça Maidan, na capital Kiev, como epicentro e que acabou levando ao poder um grupo neonazista pró-norte-americano cujo candidato acabou sendo derrotado em eleições recentes: https://horadopovo.com.br/china-exige-que-os-eua-parem-de-interferir-em-hong-kong/