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A capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, vive um momento crítico devido ao colapso da rede de saúde, tanto pública, quanto particular, que já registra mais de 100% de ocupação desde a segunda-feira (22).
A taxa de uso global, termo utilizado para se referir a soma entre particular e SUS, dos leitos desse tipo é de 107,3%, o que força a migração do atendimento para outras partes dos hospitais, como salas e enfermarias.
De acordo com o infectologista Unaí Tupinambás, do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 da Prefeitura, muitos desses pacientes são pessoas entre 30 e 50 anos. Como não há UTIs disponíveis, muitos vão para outros espaços dentro dos hospitais, o que caracteriza a ocupação acima dos 100%.
Belo Horizonte bateu a marca de 3 mil mortes pela Covid-19 nesta segunda (21). De acordo com a prefeitura, a cidade soma 3.020 óbitos pela doença no total, 32 a mais que no boletim anterior.
Na rede suplementar, a ocupação das UTIs é ainda mais elevada: 114,4%. São 429 pacientes para 375 leitos, um déficit de 54 vagas.
Já no SUS, onde a Prefeitura registrou pela primeira vez um colapso, são 450 doentes para 444 unidades de terapia intensiva.
A piora nos indicadores em relação ao balanço da última sexta-feira (19), quando a ocupação global das UTIs era de 100,8% (quase sete pontos percentuais a menos que o quadro desta segunda), aconteceu em um cenário de aumento da oferta de leitos.
Hospitais públicos e privados criaram 26 novos leitos de UTI desde sexta. Ainda assim, o crescimento da demanda foi bem maior, como mostram os números acima.
Nas enfermarias para Covid-19, o município registra queda na ocupação nesta segunda em relação ao balanço dessa sexta: de 89,7% para 87,9%, na soma entre o SUS e os hospitais privados. O boletim mais atualizado traz um acréscimo de 151 enfermarias na cidade, o que fez a ocupação cair. Agora, são 1.834 leitos do tipo no município.
Ainda assim, a rede suplementar continua em colapso: 107,6% de ocupação. São 749 pacientes para 696 vagas nesses hospitais.
A boa notícia fica por conta da queda da transmissão do coronavírus na cidade. O indicador saiu de 1,22 para 1,17. Agora, o parâmetro não está mais na faixa crítica da escala de risco, indo para a de alerta.
Em encontro na manhã desta terça-feira (23) com representantes de supermercados e padarias, o prefeito da cidade, Alexandre Kalil, definiu que os estabelecimentos não poderão abrir no próximo domingo (28). A medida, que poderá ser ampliada para outros domingos, se dá devido ao avanço da pandemia de Covid-19.