Pesquisa Ipec, divulgada nesta sexta-feira (14), para o segundo turno da disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, mostra o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) com 50% das intenções de voto. O ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) aparece com 43%.
Os votos brancos e nulos representam 4% dos entrevistados. Os que não sabem ou não responderam são 3%.
O segundo turno das eleições está marcado para 30 de outubro.
Considerando os votos válidos, que excluem os votos em branco e nulos. Leite tem 54%, contra 46% de Onyx. Nas disputas para presidente e governador, o candidato que atinge mais de 50% dos votos válidos vence o pleito.
A pesquisa ouviu 1.008 pessoas face a face entre os dias 12 e 14 de outubro. A pesquisa, encomendada pela TV Globo, foi registrada na Justiça Eleitoral com o número RS-07484/2022. O nível de confiança da pesquisa é 95%.
Votos totais:
- Eduardo Leite (PSDB) – 50%
- Onyx Lorenzoni (PL) – 43%
- Brancos/Nulos – 4%
- Não sabe/Não respondeu – 3%
Votos válidos:
- Eduardo Leite (PSDB) – 54%
- Onyx Lorenzoni (PL) – 46%
O placar da pesquisa Ipec mostra uma provável migração dos eleitores de Edegar Pretto, do PT, para Eduardo Leite. O petista teve 26,77% dos votos no primeiro turno e por muito pouco não foi ao segundo turno no lugar do tucano.
Apesar de não haver um apoio formal a Leite, lideranças da esquerda gaúcha tem declarado voto no candidato do PSDB, como é o caso do ex-governador petista Tarso Genro e da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB).
Nesta semana, o PDT também formalizou apoio a Eduardo Leite sob o compromisso da não privatização do Banrisul.
POTENCIAL DE VOTO
O Ipec também questionou os eleitores sobre o potencial de voto em Leite e Onyx. Segundo o instituto de pesquisa, 30% dizem que não votariam de jeito nenhum no candidato do PL, enquanto 29% afirmam isso sobre Eduardo Leite. A vantagem de Leite, entretanto, se reflete entre o sentimento positivo dos eleitores em relação a ele: 39% dizem que votariam com certeza nele para governador, percentual que é de 36% para Lorenzoni. 22% dos gaúchos dizem que poderiam votar em Leite, fatia que é de 14% para o candidato apoiado por Jair Bolsonaro.
ATAQUE HOMOFÓBICO
Durante a propaganda eleitoral veiculada esta semana, o bolsonarista Onyx Lorenzoni prometeu que, se eleito, os gaúchos teriam “um governador e uma primeira-dama de verdade”.
Eduardo Leite assumiu sua homossexualidade no ano passado, quando governava o estado e mantém um relacionamento com o médico Thalis Bolzan.
Durante debate na Rádio Gaúcha, o ex-governador questionou a postura de Onyx. “O que o senhor quis dizer com isso? Que todas as outras primeiras-damas foram de mentira, ou foi realmente uma insinuação homofóbica?”, questionou.
Onyx negou que tenha sido preconceituoso. “Com toda tranquilidade, o senhor que é um ex-governador que abandonou o Rio Grande do Sul e os gaúchos, e está tentando se vitimizar”, respondeu. “Acalma teu coração, não tem nada disso, isso é falsa polêmica. Respeito tua escolha, todos que… qualquer escolha é respeitada”.
O tucano insistiu, dizendo que essa não seria a primeira sugestão do ex-ministro nesse sentido.
“O que sempre disse é que um homem de verdade cumpre sua palavra, só isso. Tenho esposa, família, defendo a família. Minha esposa é uma mulher de verdade, porque tem compromisso com o próximo”, tentou desconversar Onyx.
Leite afirmou que irá acionar Lorenzoni na Justiça.
Ainda no debate, o candidato do PL afirmou que não tomou vacina contra a Covid-19 e colocou em dúvida a segurança dos imunizantes que foram aprovados pela Anvisa no Brasil. “Não tomei e é uma escolha minha”, disse após ser questionado por Leite.
Onyx, além do ataque homofóbico foi, também, no mínimo, desrespeitoso. Ele negou um aperto de mão a seu adversário após um debate realizado nesta sexta-feira na Rádio Gaúcha. Em imagens divulgadas pela rádio nas redes sociais é possível ver Onyx dando as costas ao tucano.