Israel mantém cerca de 10 mil palestinos presos com casos de mortes sob tortura

Bandeira palestina na cerca do presídio israelense de Ofer, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. (Abbas Momani/ AFP)

A Comissão de Assuntos de Detidos apontou que desde 16 abril, 8.270 foram presos na Cisjordânia, incluindo 275 mulheres, 520 crianças e 66 jornalistas. Desde 7 de outubro do ano passado, 16 presos foram mortos sob tortura

O sistema israelense de prisão sistemática do povo palestino continua a todo vapor com o apoio incondicional dos Estados Unidos. Sob o termo utilizado pelos fascistas israelenses “detenção administrativa” (prisões com evidência secreta, indefinidamente e sem direito a julgamento), aproximadamente 10 mil cidadãos palestinos estão detidos.

A ‘Comissão Palestina para Assuntos de Detidos e Ex-Detidos’ condenou, em 7 de abril, os sequestros das estudantes Layan Kayed e Layan Naser, ativistas de direitos palestinos na Cisjordânia. “Nossa relação com a prisão é a de uma tentativa constante de nos domesticar e nos alienar”, disse Kayed em messagem para sua família.

Israel tornou como política de segurança a criminalização de grupos estudantis palestinos, que são constantemente intimidados, assediados e presos. O exército israelense constantemente faz invasões a campus de universidades na Cisjordânia.

Layan Naser, foi sequestrada de sua casa de madrugada na cidade de Bizreit, na Cisjordânia, onde ela e sua família foram mantidos sob a mira de armas do exército israelense. Seus pais falaram que não houve nenhum mandato de prisão e nem informação sobre onde ela está sendo mantida presa. Layan é a única mulher cristã em detenção pelo exército israelense e despertou a indignação do Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, “estou chocado e profundamente preocupado”, disse em mensagem no X (ex Twitter). “Por favor, rezem pela segurança de Layan e rápida libertação”, disse.

A Comissão de Assuntos de Detidos, também apontou que desde 16 abril, 8.270 foram presos na Cisjordânia, incluindo 275 mulheres, 520 crianças e 66 jornalistas. Desde 7 de outubro do ano passado, 16 presos foram mortos sob condição de tortura.

Em Gaza, cerca de 3.000 palestinos foram presos desde o início da invasão segundo a ONG ‘Centro de Direitos Humanos Al Mezan’, “mulheres, crianças, idosos, além de profissionais como médicos, enfermeiros, professores e jornalistas”, comunicou a ONG. Desses 3.000 detidos, 1.650 palestinos estão presos pela “Leis dos Combatentes Ilegais”, similar à regra de “detenção administrativa” mas voltada ao povo de Gaza. Presos, eles são isolados, sem representação legal e sem acusação. Pela Convenção de Genebra, eles teriam que ser declarados prisioneiros de guerra onde teriam direito a proteções.

Reportagens do jornal israelense Haaretz relatam que, em Gaza, 27 prisioneiros palestinos foram mortos desde 7 de outubro do ano passado, eles teriam sofrido tortura, espancamentos, foram roubados e estuprados. Eles também tiveram acesso a médicos e advogados negados. O ‘Comitê Público Contra a Tortura em Israel’, apontou que esse crescimento de detidos palestinos é de “200% maior do que o normal em um ano”.

“Ainda esta semana, dois presos tiveram as pernas amputadas devido a ferimentos algemados, o que infelizmente é um acontecimento rotineiro”, denunciou um médico em outra reportagem do Haaretz. Presos são submetidos a um regime de tortura e fome, segundo a Al Mezan, um prisioneiro palestino de 19 anos teve unhas arrancadas com um alicate durante um interrogatório.

Eles também denunciaram danos na curvatura da coluna por serem forçados a ficarem algemados agachados por tanto tempo.

“Todos os anos, Israel prende e detém centenas de menores palestinos, ao mesmo tempo que viola rotineira e sistematicamente os seus direitos: durante a prisão e sob interrogatório”, disse o grupo israelense B’Tselem.

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Uma resposta

  1. Israel pousando de bom moço, mas, pra quem conhece a verdadeira história, desde a arbitrária, injusta e vergonhosa partilha da Palestina pela ONU em 1947, sabe que o maior e verdadeiro terrorista oficial de estado é Israel, que tem um terço do seu território assentado em terras palestinas. Usurpador e aproveitador de terras alheias. Vergonha mundial…

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