Dia 11 é o próximo lançamento, em Porto Alegre. Em Caxias do Sul, é dia 12
No Meia Noite em Pequim da TV Grabois, o pesquisador e escritor Elias Jabbour faz um vídeo de agradecimento às pessoas que têm comparecido ao lançamento do seu livro “China: o socialismo do século XXI”, em co-autoria com Alberto Grabiele.
Chegando de Chapecó e Jaraguá do Sul, Santa Catarina, cansado mas animado, Jabbour lembrou o primeiro lançamento, com a presidenta Dilma Rossef e o escritor Silvio Almeida, mediado por Tings Chak, direto de Xangai.
Desde então, relatou, “já passei pelo Rio de Janeiro, que também foi um lançamento histórico, depois em Salvador, Belo Horizonte, e São Paulo, que foi um baita sucesso, de improviso, no CA de Direito da PUC, e dias 11 e 12, vai ser em Porto Alegre e Caxias do Sul.
É como estar no divã, ele diz, relembrando como, aos 16, 17 anos, buscava “uma resposta para o final da União Soviética, uma resposta científica à plausibilidade do socialismo”.
O livro – assinala Jabbour – é a primeira consolidação de um trabalho de 25 anos, “que melhorou absurdamente porque eu encontrei o Alberto, um grande intelectual italiano, uma figuraça”.
“Virou uma onda esse livro, nós não imaginávamos isso, porque a China ainda é um mistério para o Ocidente e é vista com muita reserva”. Também no campo progressista a rejeição à China é muito grande.
Jabbour confessou que esperava que o livro ia ter uma rejeição muito grande no campo progressista, com resenhas a torto e a direito criticando, por ser uma obra de fronteira, uma primeira tentativa de aproximação científica ao que seriam os potenciais e limites das experiências socialistas no século 20. Nós reconstruímos alguns conceitos do marxismo como formação econômico-social, modo de produção e lei do valor, para poder entender o que é o socialismo do século 21.
Já está passando para a segunda reimpressão, se espanta: os lançamentos do livro mostram que as pessoas estão interessadas em saber o que é a China, o que é o socialismo.
Jabbour fala sobre sua impressão de que as gerações que chegaram às universidades após os anos 1990 tinham uma percepção fragmentada da realidade, não conseguem tomar o objeto pelo todo, somente pela parte, a ideia que se passa é que a história acabou. Um abandono completo das categorias totalizadas. Projeto nacional de desenvolvimento, socialismo, capitalismo, são conceitos de totalidade.
Foi uma boa surpresa, as pessoas querem entender conceitos de totalidade. As pessoas querem entender o que está acontecendo no mundo. Principalmente entre os jovens.
O que fica desses lançamentos, no fundo, no fundo, observa, “quando eu olho a minha trajetória intelectual, 25 anos estudando o socialismo, eu quis provar para mim que a história não acabou”.
Esse livro prova que a história não acabou, traz essa marca, que vale a pena continuar a pensar em uma formação econômico-social superior ao capitalismo.
Existem várias restrições ao desenvolvimento das formações econômico-sociais não-capitalistas, essa é uma das teses do livro, que se sintetizam no chamado metamodo de produção, é um conceito que nós construímos nesse livro.
Concluindo, Jabbour estende seu agradecimento à Fundação Mauricio Grabois e ao Sindicato dos Comerciários do Rio, que acreditaram no livro, e ao apoio de Manuela D’Ávila.
Elias Jabbour é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas e em Relações Internacionais da UERJ.