Muito antes de aparecerem os revolucionários modernos, houve momentos em que a Humanidade cansou-se do atraso, da exploração, da falta de liberdade, da opressão nacional.
Um desses momentos – e dos mais luminosos – foi o surgimento do cristianismo.
O homem que o fundou não era rico.
Pelo contrário, nasceu em uma estrebaria, num país ocupado por tropas estrangeiras, governado por um soba, Herodes, que, reza a tradição, mandou assassinar todas as crianças abaixo de dois anos, com medo daquela que nascera na manjedoura de Belém.
Jesus era filho de trabalhadores, era pobre – e, apesar disso, enfrentou os pedantes do templo, deu sentido à vida do povo mais simples, além de descer a chibata nos vendilhões que negociavam coisas sagradas.
Não por acaso, o cristianismo tornou-se uma religião – isto é, uma ideologia – de escravos e outras pessoas humildes. Depois, até ganhou uma parte da elite romana, que estava, até ela, farta da sangueira e imoralidade que perpassaram a sociedade dominadora em seus últimos anos.
Esse é o homem que nasceu, no dia de hoje, em Belém.
Não interessa – e não tem importância alguma – se a versão dos Evangelhos é exata.
O importante é que a Humanidade tem entre seus maiores heróis – e santos – um trabalhador, que nasceu pobre, e tratou os seres humanos como iguais.
Pois, leitores, que diferença dessa essência humana para aqueles que procuram espezinhar o próximo – inclusive as crianças -, aumentar a exploração, jogar pessoas na miséria e na fome, matar centenas de milhares pela doença!
Bolsonaro é, literalmente, um agente do Mal.
A destruição do povo brasileiro é seu objetivo final.
Isso não depende do que ele próprio pense sobre isso – até porque é duvidoso que ele pense qualquer coisa, pois não é pelo pensamento que ele se move.
O próprio Bolsonaro disse isso – e com orgulho – em seu discurso na embaixada do Brasil em Washington:
“O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos de desconstruir muita coisa, desfazer muita coisa (…). Que eu sirva para que, pelo menos, eu possa ser um ponto de inflexão, já estou muito feliz.”
“Desconstruir” o Brasil é destruir a obra de gerações e gerações do povo brasileiro.
É só esse o objetivo de Bolsonaro – portanto, a destruição do próprio povo brasileiro, que somente existe através de sua obra, o Brasil.
Afinal, não foi isso que ele fez até agora?
E, se não fez mais, se não foi mais criminoso ainda, é devido exclusivamente à nossa resistência, à luta de nosso povo.
Que ele se apresente como enviado de Deus, apenas chancela seu papel na corte de Lúcifer. Todo Demônio, há muito, se apresenta como enviado de Deus. É assim que eles enganam os incautos.
Este Natal, para a maioria da população, não será, com certeza, um Natal alegre.
Mas, quando Jesus nasceu na estrebaria de Belém, tudo era muito difícil para o povo.
No entanto, aquele menino tornou-se o símbolo de uma esperança, de uma igualdade, de tempos em que a miséria e a escravidão fossem banidas da face da Terra.
Estes, portanto, leitor, são os votos, nesta data, do HP: que as esperanças suscitadas pelo nascimento de Jesus estejam convosco.
E vamos à luta.
C.L.