
“A intervenção no Rio não somente é altamente preocupante no sentido de repercussão interna, para a população fluminense, como tem um viés eminentemente político”, afirmou, em entrevista ao HP, o ex-deputado João Vicente Goulart, filho do saudoso ex-presidente Jango e pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL). “Cansada, a sociedade do Rio de Janeiro pode, em princípio, estar tendo uma esperança na intervenção com o intuito de ter pacificado o seu dia a dia”, acrescentou.
“Mas, por outro”, prosseguiu João Goulart, “a população não vê a triste realidade de ter um governador militar imposto nos gabinetes presidenciais, como era feito na ditadura”.
Para o pré-candidato, é muito poder sem garantia de quem haverá um resultado satisfatório. “A subordinação das forças públicas do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Civil, Polícia Militar, Bombeiros, Defesa Civil, sistema penitenciário e até talvez a força da Guarda Municipal. Tudo com poderes de revista, detenção, etc, com força maior que o secretário de Justiça de qualquer Estado para demitir, nomear, transferir delegados, comandante, e determinar áreas de choque, pode trazer ações militarizadas, sem o devido resultado que a população espera”, disse.
João Vicente vê, nesta intervenção, mais um passo de consolidação de um golpe. “Para trazer para dentro do Palácio do Planalto o controle dos cidadãos e da segurança, (podemos até imaginar espionagem legalizada)”, questionou. “A criação desse novo Ministério da Segurança, me parece, é um indício de uma possível candidatura de Temer, mesmo aos frangalhos no que tange à pesquisa de opinião publica, fazendo das eleições de 2018, uma fraude transvestida de legalidade. É o Brasil “democrático” de hoje que temos que combater”, completou João Vicente Goulart.