O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) realizou solenidade, na noite da última quarta-feira (11), para a troca do comando da entidade, que foi criada há mais de 40 anos e representa 85% da produção mineral brasileira.
O evento de posse do ex-ministro Raul Jungmann e outros membros da entidade contou com a presença de autoridades e representantes do setor.
Jungmann foi selecionado por integrantes do Conselho Diretor do IBRAM e com participação do seu Comitê de Governança, formados por executivos de mineradoras associadas como a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Vale, CSN Mineração, Anglo American, Kinross, Embu, Vanádio de Maracás e Nexa.
A escolha de Jungmann, ex-ministro da Defesa, não deixa de ser uma resposta à política trágica de Bolsonaro na questão ambiental. Desde março de 2022 ele já atua para reforçar a articulação do Instituto na defesa dos interesses legítimos do setor mineral brasileiro.
O novo presidente chega ao IBRAM tendo pela frente o desafio de estabelecer novos horizontes para a expansão da mineração no país, incluída a produção dos minerais estratégicos voltados à inovação tecnológica, com crescente demanda pelo mercado internacional. Trata-se de um setor estratégico para o Brasil.
A produção mineral, seus resultados e relevantes benefícios socioeconômicos gerados à sociedade brasileira fazem da mineração um setor de utilidade pública, crucial para sustentar os planos e as ações de crescimento nacional, bem como de aprimoramento da qualidade de vida da população e de acordo com boas práticas de ESG.
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS
Jungmann disse que é contra a privatização da Petrobras. A declaração ocorreu durante a posse do presidente e da nova diretoria do Ibram.
“Não é um tema que de forma alguma pode ser discutida ao final de um mandato”, disse Jungmann. “Petrobras é um tema que impacta qualquer eleição”, avaliou.
A avaliação de Jungmann ocorreu na mesma noite em que o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, elencou a privatização da Petrobras e do pré-sal como prioridades da gestão dele à frente da pasta.
Jungmann já exercia o mandato de presidente do Ibram deste 1º de março, substituindo Flávio Ottoni Penido. Além dele, também tomaram posse nesta quarta-feira os novos presidente e vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto, Wilfred Bruijn, CEO da mineradora Anglo American no Brasil; e Ediney Drummond, diretor-presidente da Lundin Mining Corporation respectivamente.
Jungmann é cofundador e presidente executivo do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa – IREE Defesa & Segurança, tendo assumido a iniciativa e o Ibram após longa trajetória política.
Ele assumiu secretarias e ministérios, como do Desenvolvimento Agrário, Defesa e Segurança Pública. Jungmann também presidiu conselhos de administração em grandes companhias, como Banco do Brasil e Porto de Suape, tendo, também, presidido o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Jungmann cumpriu ainda três mandatos como deputado federal entre 2003 e 2016.