Defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública buscou reparação legal e acusou o youtuber de difamação e injúria. Ação corre na 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo
A juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, aceitou a queixa-crime apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, contra o youtuber Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, bolsonarista de carteirinha.
Há alguns dias, a magistrada validou as alegações da defesa de Dino, que acusaram Monark pelos crimes de difamação e injúria após manifestação em vídeo publicado no canal do Monark — Monark Talks.
Nas gravações, o youtuber poltrão se referiu ao ministro como “gordola” e “filha da puta” (sic), além de acusá-lo de querer “escravizar” as pessoas. Após tomar conhecimento do vídeo, Flávio Dino levou o caso à Justiça no início de junho.
Monark ficou revoltado com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de suspender todos os perfis dele nas redes digitais. No ataque de fúria, sobrou até para o ministro da Justiça, que nada tinha a ver com fato.
INFANTIL, MENTIROSO E POLTRÃO
“Você vai ser escravizado por um ‘gordola’. Esse cara sozinho não dura um segundo na rua, não consegue correr 100 metros. Coloca ele na floresta para ver se ele sobrevive. (…) Você vai deixar esse cara ser o seu mestre? Foi para isso que os seus pais te deram educação? Eles se sacrificaram para você servir esse filho da puta?”, disse nos vídeos o infantil e medíocre youtuber.
Na época, Dino ainda se pronunciou por meio do Twitter. “Raramente respondo a agressores e criminosos aqui. Estou sempre muito ocupado, concretizando propostas e medidas, todos os dias, como presto contas nas redes sociais. Só não enxerga quem não quer”, escreveu.
E completou: “Quanto aos criminosos que ofendem a minha honra, confio no Poder Judiciário, a quem entrego tais casos. E não se trata de ‘ameaça’. É um dever e um direito.”
“LESÃO DA HONRA”
Dessa forma, a magistrada justificou a decisão: “Reconheço a competência federal, tendo em vista que a conduta praticada, na forma narrada na peça inicial, teve como objeto a lesão da honra da parte querelante enquanto Ministro de Estado do Governo Federal e não somente com relação à sua vida particular”.
“A acusação está baseada em provas da existência de fato que, em tese, caracteriza infração penal e indícios suficientes de autoria delitiva. Assim reconheço a justa causa da ação penal”, acrescentou.
MONARK TAMBÉM ATACOU MORAES
Monark também atacou o ministro Alexandre de Moraes. “Fomos censurados novamente pelo Xandão. O cara quer me destruir, pô. Por quê? Porque eu falo coisas, entendeu? Não pode mais falar coisas.”
“Você não pode mais falar o que você pensa. Você tem que ser um robozinho que aceita os dogmas da religião política vigente que tem o seu Jesus Cristo Xandão, que é o anticristo do c*ralho, e se você for contra os dogmas dele você é destruído”.
O magistrado da Suprema Corte determinou a suspensão das contas do influenciador. Na ocasião, Moraes alegou que Monark seguia espalhando fake news e desinformação sobre as eleições.
M. V.