O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lançou sua campanha para as prévias presidenciais do PSDB, pregando a construção de um modelo de pacificação política do país. Ele afirmou que seus principais objetivos são combater a desigualdade, promover o crescimento e a sustentabilidade.
Apesar disso, o governador gaúcho manteve suas críticas a Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não sou candidato a mito ou a salvador da pátria. Sou candidato a liderar a enorme potencialidade deste país, com sua gente e suas inúmeras riquezas, para que ele volte a ser aquilo que todos nós, em nossos corações, sabemos que ele pode ser”, afirmou Leite em uma “Carta Aberta”, divulgada durante evento em Brasília na terça-feira (21).
“Uma campanha não tem que ser contra um partido ou uma figura, mas temos que ter posições claras. A eleição do anti-isso, antiaquilo já se deu em 2018, e a gente viu para onde isso conduziu. Promoveu a divisão do país e desentendimento. Não podemos mais viver nesse clima. Nem Lula nem Bolsonaro já começam com a negação e devemos encerrar esse capítulo. Até para cometer erros, que sejam novos. O segredo da mudança está em construir o novo e não em destruir o velho”, afirmou na carta.
No lançamento de sua campanha para a disputa partidária, Leite focou o discurso em “novas alternativas” e na igualdade, símbolo de sua campanha.
O governador declarou que é muito cedo para antecipar o resultado da eleição e que só a partir dos debates e das propostas a população se decidirá. “Se olhássemos para este mesmo momento antes das eleições de 2018, todo o cenário era incerto. Muito se fala sobre os candidatos que polarizam os cenários e a probabilidade de vitória. Mas pouco se fala sobre a rejeição deles. A população se preocupa com a vacinação, com o desemprego, saber se a inflação vai permitir comprar carne. Vai ser a partir dos debates, nos quais a população poderá conhecer os candidatos aqueles que se conectam com seus sentimentos. Assim, o primeiro turno não sairá entre Lula ou Bolsonaro”, observou.
Para o governador, a má condução política feita pelo PT, “especialmente pelo ex-presidente Lula”, teria permitido espaço para que Bolsonaro ascendesse politicamente. “A verdade é que, na minha análise, Bolsonaro é também resultado de uma política feita pelo PT”, disse.
Leite também enalteceu seus adversários na disputa prévia, João Doria, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, e disse que o PSDB precisa voltar a ser protagonista.