Ele associou a vacina da Covid com a Aids sem base nenhuma
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prorrogação por mais 60 dias do inquérito que investiga a fala de Jair Bolsonaro associando a vacinação contra Covid-19 a casos de Aids. A manifestação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Curiosamente, os 60 dias de prorrogação, se forem concedidos, expiram depois da data da eleição presidencial.
O pedido foi feito depois que a Polícia Federal afirmou, em relatório, que Jair Bolsonaro cometeu incitação ao crime, por levar espectadores a descumprirem normas sanitárias estabelecidas.
A delegada da PF responsável pelas investigações, Lorena Lima Nascimento, pediu autorização ao STF para indiciar Jair Bolsonaro e seu ajudante de ordens, tenente Mauro Cid, que participou da produção do material mentiroso que foi divulgado na live.
Jair Bolsonaro “disseminou, de forma livre, voluntária e consciente, informações que não correspondiam ao texto original de sua fonte, provocando potencialmente alarma de perigo inexistente aos espectadores”, apontou a PF.
A PF também pediu para colher o depoimento de Jair Bolsonaro, mas isso ainda não foi autorizado pelo Supremo.
A PGR, em seguida, pediu ao STF que o inquérito seja prorrogado por 60 dias, prazo que será relevante, segundo o órgão, “para subsidiar a análise e deliberação pela Procuradoria-Geral da República, visto que proporcionarão melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias”.
A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, disse no documento que é favorável a colher o depoimento de Bolsonaro sobre o caso.
A fala de Jair Bolsonaro foi feita em outubro de 2021, durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais. Ele disse que pessoas que tinham tomado duas doses da vacina contra Covid-19 estão desenvolvendo Aids, mentindo para sabotar a vacinação no Brasil.
Alexandre de Moraes falou, quando determinou a abertura do inquérito, que “não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a covid-19, utilizam-se do modus operadi do esquema de disseminação de massa nas redes sociais”.