O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o teto de gastos serve para “evitar aumento nas políticas sociais e na educação” e desviar dinheiro para os banqueiros. Seu governo, caso seja eleito, será focado na “responsabilidade social”, aumentando investimentos nas áreas sociais e não seguindo o teto de gastos.
Lula afirmou que “haverá resposabilidade” fiscal, mas sem a emenda constitucional que impede investimentos. “Governo sério não precisa de teto de gastos” e “nunca precisei de teto de gastos para ser responsável”, falou.
O teto de gastos foi aprovado no governo de Michel Temer, em 2016. A medida faz com que o investimento público fique congelado por 20 anos, não podendo subir mais do que a inflação.
Os pagamentos para bancos através dos juros, entretanto, ficaram de fora do teto de gastos e podem subir sem nenhum problema.
Segundo Lula, o teto “foi uma forma que a elite econômica brasileira, e a elite política, fez para evitar que o pobre tivesse aumento nos benefícios, nas políticas sociais, na educação, na saúde, para garantir que os banqueiros não deixem de receber as coisas que o governo deve para ele”.
“Um governo sério não precisa de teto de gastos. Aprovaram o teto de gastos porque os banqueiros são gananciosos. Eles exigiram que o governo garantisse o que eles têm direito de receber, e tentaram criar problema para investimento na saúde, educação, ciência e tecnologia”, continuou.
Em entrevista à rádio Mais Brasil News, de Manaus, Lula ainda falou que pretende restabelecer os direitos trabalhistas extinguidos pela reforma trabalhista. “O que a gente não quer é a destruição, a implosão que eles fizeram ao direito dos trabalhadores”, disse.
Segundo ele, o plano não é simplesmente revogar a reforma. “A gente não quer voltar ao passado. A gente quer ir para frente. Significa discutir uma legislação trabalhista junto com os dirigentes sindicais, trabalhadores, empresários e governo”.
Durante a entrevista, comentou que escolheu o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), para ser seu candidato a vice-presidente para “fazer uma fotografia efetivamente para a classe média, o centro brasileiro, as pessoas que às vezes têm medo do Lula com relação às mentiras [que contam] contra o Lula, as pessoas que por conveniência se esqueceram que foram beneficiadas no meu governo”.