O ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), criticaram a decisão de um tribunal inglês de extraditar o jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks, da Inglaterra para os Estados Unidos.
Eles falaram que isso seria um grave ataque às liberdades de imprensa e de expressão e à democracia.
Lula afirmou, em vídeo, que “Assange não merece ser punido”. “Ele merece ser reconhecido como um homem que prestou um enorme serviço à humanidade denunciando o genocídio das guerras, denunciando a mentira, a manipulação dos Estados Unidos como maior potência militar do mundo”.
“Se os democratas do planeta Terra – envolvendo todos os jornalistas, advogados e políticos – não tiverem coragem de se manifestar em defesa do Assange para que ele não seja extraditado, significa que tem muitos democratas mentirosos, significa que a liberdade de imprensa é mentira”, continuou.
“É preciso todo mundo sair do armário e defender o Assange se a gente quiser continuar acreditando e defendendo liberdade de imprensa, de informação e de comunicação”.
Lula disse que os processos contra Assange são uma perseguição. “Como é que pode um jornalista ser preso e condenado por prestar informação que todos os jornais defendem?”, questionou.
Em uma carta assinada com lideranças de outros países, Lula defende que a extradição de Assange “abre sérios precedentes na violação ao direito humano à liberdade de expressão e de informação”.
O ex-governador e pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), afirmou que “nenhum democrata no mundo pode assistir calado a extensão do martírio de Julian Assange. A decisão de um juiz britânico de acatar o recurso do pedido de extradição americano prorroga a dor e sofrimento deste mártir da liberdade de expressão”.
“O Tribunal de Magistrados de Westminster e o governo do Reino Unido – a quem cabe a decisão final – não podem ceder a pressões e ignorar que Assange já pagou, em demasia, por crimes que não cometeu”, acrescentou.
“Disseminar verdades e denunciar abusos e prepotência, não podem jamais ser considerados crimes, mas sim corajoso ato em favor da democracia, da liberdade e dos direitos mais essenciais do ser humano”, completou Ciro Gomes.
Em 2010, quatro anos depois de ter fundado o WikiLeaks, Assange publicou uma série de documentos vazados por um militar estadunidense que mostram os crimes de guerra cometidos pelos EUA no Iraque e no Afeganistão.