O presidente Lula prestou homenagem, pelas redes sociais, nesta terça-feira (15), à atriz Léa Garcia, que faleceu aos 90 anos.
Lula também prestou solidariedade aos familiares e amigos, afirmando que ela foi uma “grande atriz e pioneira no enfrentamento do racismo e na abertura de espaços para atrizes negras na televisão e no cinema”.
“De forma marcante, impactou nossa cultura, ao interpretar a grande vilã Rosa no clássico Escrava Isaura e ao ser indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes por Orfeu Negro”, escreveu o presidente.
“Ao longo de seis décadas, Léa iluminou nossas telas em mais de 70 filmes e novelas, e também teve um papel muito importante como incentivadora para seguidas gerações de artistas negros na nossa cultura. Seu legado, tão reconhecido por todos nós, receberia mais um prêmio em Gramado, onde ela estava quando faleceu, antes de receber essa homenagem. Meus sentimentos aos familiares, amigos e aos fãs de Léa”, completou.
Léa Garcia faleceu nesta terça-feira em decorrência de um infarto.
A artista estava no Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, para participar de uma homenagem feita a ela pela produção do evento. Ela e a atriz Laura Cardoso seriam homenageadas no evento.
Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital Arcanjo São Miguel, em Gramado, mas já chegou sem vida.
“Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais”, diz trecho do comunicado da organização do Festival de Gramado.
Leia a nota do Festival de Cinema de Gramado:
É com imenso pesar que a organização do Festival de Cinema de Gramado informa que a atriz Léa Garcia faleceu na madrugada de hoje (15), no hotel que estava hospedada em Gramado. A atriz receberia o troféu Oscarito na noite de hoje, ao lado de Laura Cardoso. De acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.
Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado (12) acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, a atriz afirmou ao portal Acontece Gramado ter “um enorme prazer em estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigado a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”.
Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando quatro Kikitos com Filhas do Vento, Hoje tem Ragu e Acalanto. Aos 90 anos, a veterana detinha de um currículo com mais de cem produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Com uma célebre trajetória nas artes, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme Orfeu Negro que, em 1960, ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a França.
Atuando em produções para televisão, cinema e teatro, Léa consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como Selva de Pedra, Escrava Isaura, Xica da Silva e O Clone. Foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.
Dona Léa seguia ativa nas artes cênicas. Em 2022, atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita. Ontem (14) havia confirmado negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer.
Possíveis alterações na programação do Festival de Gramado serão anunciadas em breve pela organização.