Segundo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o empresário bolsonarista teria pedido que a empresa mudasse a causa da morte da mãe, vítima da Covid-19, para promover o “kit Covid”, conjunto de drogas, como a cloroquina, que comprovadamente não funcionam contra o vírus.
O prontuário acessado pela CPI mostra claramente que ela usou as drogas ineficazes contra a Covid. A cloroquina e outras drogas são alardeadas por Bolsonaro e os bolsonaristas como “solução” contra a Covid-19.
A CPI da Covid-19 no Senado trouxe ao conhecimento público, que entre as mortes que tiveram as causas possivelmente fraudadas estão a do pediatra Anthony Wong e de Regina Hang, mãe do empresário bolsonarista Luciano Hang.
A informação foi trazida por senadores que integram a comissão durante o depoimento, nesta quarta-feira (22), do médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) chamou Hang de “desalmado” por, segundo ele, ter solicitado que a causa mortis fosse adulterada. “Desalmado, manda esconder a causa da morte da própria mãe”, disparou o senador na oitiva.
“KIT COVID” PARA PACIENTES SEM CORONAVÍRUS
Segundo o senador Rogério Carvalho (PT-SE), pacientes da operadora foram medicados com remédios do chamado “Kit Covid”, mesmo sem terem sido infectados pelo novo coronavírus. “Tenho aqui a mensagem de uma pessoa com gripe que recebeu kit de tratamento precoce sem diagnóstico. O senhor está mentindo”, disse o senador ao depoente.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que Benedito não está colaborando com o depoimento. “Não está falando nada, está enrolando e enrolando”, criticou.
O senador governista Jorginho Mello (PL-SC), por sua vez, saiu em defesa de Hang. “O empresário Luciano Hang não pode ser atacado aqui. Não está presente aqui para se defender. É um empresário sério”, disse. Questionado por Aziz sobre se “levaria sua mãe para a Prevent Senior”, Mello respondeu: “Não”.
Apesar do material apresentado pela CPI, Benedito negou todas as denúncias e afirmou que ex-médicos da empresa alteraram informações sobre acompanhamento de pacientes. Também negou relação com o suposto “gabinete paralelo” junto ao governo federal e a distribuição do “Kit Covid”.
M. V.