Ele reafirmou que nunca teve a intenção de disputar a reeleição do comando da Casa e que seu candidato “deverá representar a independência do Legislativo”
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta segunda-feira (07) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir a reeleição dos presidentes das duas Casas precisa ser respeitada. Segundo o parlamentar, ela dará mais “energia” aos deputados que articulam a disputa.
Segundo Maia, o candidato que ele vai apoiar à sua sucessão “deverá representar a independência do Legislativo”. “Nunca houve da minha parte a intenção de disputar a reeleição do comando da Casa”, acrescentou.
“Então”, disse ele, “a nossa candidatura não é contra ninguém, ela não é contra o governo, ela não contra o Arthur Lira, o nosso candidato é a favor da democracia, é a favor da Câmara dos Deputados, e representa esse movimento que é muito mais amplo que os partidos de centro e centro-direita, é um movimento que certamente vai atingir a maioria da Câmara dos Deputados, porque todos viram que na independência da Câmara, a Câmara saiu valorizada”, afirmou Maia.
Ele criticou a atuação do governo que resultou na paralisia da agenda de votações de pautas importantes na Câmara. “Acho até que tem alguma coisa positiva: enfim, o governo vai poder voltar para Câmara para a votação daquilo do que é prioritário na Câmara e no Senado, porque o governo, de certa forma antecipou a minha sucessão, esqueceu de projetos importantes. Ninguém votou a PEC emergencial”, disse.
Ao defender a priorização da aprovação da PEC emergencial, Maia lembrou que a medida fiscal será necessária para, por exemplo, a ampliação dos benefícios sociais. “Vamos agora acabar com as desculpas, sentar na mesa e aprovar o que é importante”, afirmou.
“Eu acho que ao longo das próximas semanas nós precisamos cuidar da pauta da Câmara, e sem dúvida nenhuma, na minha sucessão, nós precisamos fazer um candidato que garanta esse movimento firme, um movimento que garante à Câmara dos Deputados livre de qualquer interferência de outro Poder”, afirmou.
Maia alertou ainda que o tema das vacinas deve ser tratado com cuidado. Ele disse que propôs ao presidente Jair Bolsonaro que Congresso e governo tomem um mesmo caminho com relação à compra e à aplicação de vacinas contra a Covid-19.
Para o presidente da Câmara, a discussão pode ser uma das mais problemáticas para o governo. “Esse tema pode ser o mais perigoso para o presidente e ele não está vendo. Pode ser um tema que desorganize muito a base do governo, mais que as reformas”, disse.
O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), concordou com a decisão da Justiça. “Saem fortalecidas a Constituição, a democracia, a República. Saímos mais fortes desse episódio para enfrentar os Bolsonaro.
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que o STF agiu com perfeição. “Rosa Weber, Marco Aurélio, Cármen, Barroso, Fux e Fachin colocaram o gênio de volta na lâmpada. Queriam arrastar o STF para uma aventura política que enxovalharia a Corte e diminuiria a democracia a pretexto de salvá-la. Na democracia, as coisas são maiores do que os homens “, avaliou.