Jair Bolsonaro usou seu twitter nesta terça-feira (30) para falar sobre a tentativa de golpe de Juan Guaidó na Venezuela, ocorrida na manhã deste mesmo dia.
Ele disse que “a situação da Venezuela preocupa a todos” e que, sobre uma possível intervenção do Brasil, “qualquer hipótese será decidida exclusivamente pelo Presidente da República, ouvindo o Conselho de Defesa Nacional”.
Diante do assanhamento revelado por Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, achou melhor explicar ao Presidente que não é dele a palavra final sobre o que o Brasil deve ou não fazer em situações como esta.
“Em relação ao twitter do presidente Jair Bolsonaro sobre a situação da Venezuela, é importante lembrar que os artigos. 49, II c/c art. 84, XIX; c/c art. 137, II da Constituição Federal precisam ser respeitados. E eles determinam que é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar uma declaração de guerra pelo Presidente da República”, escreveu Maia.
Em última instância, disse Maia, quem pode decidir sobre qualquer intervenção do Brasil em outro país é, única e exclusivamente, o Congresso Nacional. O deputado mostrou ao presidente que ele é impedido pela Constituição de decidir sobre o assunto.
Bolsonaro revelou que ele ainda não sabia o que fazer porque estava esperando ‘orientações’ do governo dos EUA. “Não obtivemos, até o momento, nenhum comunicado por parte do governo dos Estados Unidos demonstrando que essa será a linha adotada deles”, assinalou em sua mensagem.
Além de não receber a tempo as “orientações” de seus gurus do Departamento de Estado, da CIA e de outras arapucas, o Planalto não foi nem mesmo informado pelo golpista Guaidó sobre a sua intenção de iniciar a desastrada aventura.
Os serviçais do Planalto e do Itamaraty acabaram confessando que ainda “precisamos de mais informações para entender o tamanho do apoio de militares a Juan Guaidó”.
O que se sabe é que, no final do dia, tanto Juan Guaidó quanto Leopoldo López, estavam pedindo asilo, primeiro na embaixada do Chile, sem sucesso, e depois na embaixada da Espanha.