O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a declaração do ministro da economia, Paulo Guedes, que ameaçou o país com a volta do AI-5, instrumento de repressão da ditadura que fechou o Congresso, implantou a censura, perseguiu artistas, torturou e assassinou presos políticos.
Guedes fez a ameaça de volta do AI-5, em entrevista em Washington, na segunda-feira (26), diante da hipotética e provável possibilidade do povo brasileiro protestar nas ruas contra sua política econômica desastrosa que tantos males tem feito ao país.
“Usar [o AI-5] dessa forma, mesmo que sendo para criticar o radicalismo do outro lado, não faz sentido. O que uma coisa tem a ver com a outra?”, questionou. “Vamos estimular o fechamento do Parlamento, dos direitos constitucionais do cidadão, como o habeas corpus? Foi isso que o AI-5 fez de forma mais relevante”, lembrou ainda.
O presidente da Câmara frisou que não acredita que a intenção de Guedes tenha sido defender a adoção de um novo AI-5, mas criticou a escolha de palavras do ministro.
“Não podemos sinalizar para a sociedade que estamos procurando estimular uma batalha campal”, disse. “Você está usando argumento que não faz sentido do ponto de vista do discurso, e como não faz sentido, você acaba gerando insegurança em todos nós sobre qual é o intuito por trás da ação, de forma recorrente, desta palavra [AI-5]”, completou.