Nota da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) diz que a “situação é de extrema preocupação” com a atitude tomada por Bolsonaro
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou, na quinta-feira (15), uma nota lamentando a saída dos médicos cubanos em virtude das pressões e dos ataques de Bolsonaro. Segundo a entidade, “a presente situação é de extrema preocupação, podendo levar a estado de calamidade pública”.
Na quarta-feira (14), o governo cubano anunciou a retirada dos médicos do país vinculados ao Programa. De acordo com os cubanos, a retirada se deu por “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas por Bolsonaro em relação aos médicos. Os médicos cubanos estavam espalhados por 2.885 municípios por todo o país, estando grande parte deles em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como no semiárido nordestino, o norte do país e terras indígenas.
Como demonstra o documento da CNM, 28 milhões de pessoas serão afetadas diretamente pela saída dos médicos, uma vez que 1.575 municípios somente tem acesso à saúde por conta dos cubanos.
Além disso, a entidade mostrou preocupação com o horizonte, no qual os municípios deverão utilizar mais ainda de seus escassos recursos na saúde. “Cabe destacar que, na última década, estudo apontou que o gasto com o setor de Saúde sofreu uma defasagem de 42%, o que sobrecarregou os cofres municipais. Os Municípios, que deveriam investir 15% dos recursos no setor, já ultrapassam, em alguns casos, a marca de 32% do seu orçamento, não tendo condições de assumir novas despesas”, afirma a entidade.
De acordo com a nota, a resolução se dará pelo diálogo entre os países, tentando evitar que a saúde do Brasil seja afetada direta e imediatamente. “Os Municípios brasileiros, na missão de prestar serviços públicos à população, representados pela Confederação Nacional de Municípios, não medirão esforços para a resolução deste impasse”, completou a entidade.
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