O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgou nota de pesar em nome da Presidência da Casa e em seu nome pessoal e também decretou luto de 24 horas. Já morreram vítimas de Covid, os senadores Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e José Maranhão (MDB-PB)
“Morreu nesta quinta-feira (18) o senador Major Olimpio (PSL-SP)”, noticiou a Agência Senado.
Olimpio, de 58 anos, havia informado no dia 2 de março ter sido diagnosticado com Covid-19 e estava desde o dia 5 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Camilo, em São Paulo.
Nos últimos meses, o senador fez várias declarações a favor da vacinação como única forma de acabar com a doença. Estava no exercício do 1º mandato. Major Olímpio deixa mulher e filhos.
A notícia da morte do senador foi divulgada pela assessoria por meio do Twitter: “Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, senador Major Olimpio. Por lei, a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, escreveu no post a assessoria do senador.
Natural de Presidente Venceslau (SP), Sérgio Olímpio Gomes foi eleito senador em 2018. A principal pauta ao longo de seus mandatos foi a segurança pública. O senador era a favor de penas mais duras para criminosos e da ampliação do acesso a armas para os cidadãos.
Candidato à Presidência do Senado no início de 2021, ele defendeu a criação da Comissão de Segurança Pública, antes de abrir mão da candidatura em favor da senadora Simone Tebet (MDB-MS). A criação da comissão (PRS 39/17) foi aprovada no dia 10 de março, sem o voto do senador, que já estava hospitalizado.
Seu último pronunciamento foi feito no dia 3 de março. Já do leito do hospital, ele defendeu os direitos dos servidores públicos, durante a sessão que discutia a chamada “PEC Emergencial” (PEC 186/19).
Com a respiração ofegante, o senador, líder do PSL, se manifestou contra os dispositivos relacionados ao congelamento de salários dos servidores. A PEC foi aprovada na Casa na primeira semana de março.
CARREIRA POLÍTICA
Nascido em 1962, ele ingressou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco em 1978 e exerceu suas funções na Polícia Militar de São Paulo até 2007, quando iniciou o primeiro mandato como deputado estadual, pelo Partido Verde.
Reeleito, migrou para o PDT, ocupou nova vaga na Assembleia de São Paulo até 2015, quando tomou posse como deputado federal. Nas eleições de 2018 foi eleito senador, cargo no qual tomou posse em 2019.
COVID-19
No dia 2 de março, o senador informou pelas redes sociais ter sido diagnosticado com Covid-19, mas afirmou que, apesar do resultado do exame, estava bem, com sintomas leves e em isolamento domiciliar. Ele disse que continuaria trabalhando remotamente. No dia seguinte, anunciou que havia sido internado, mas demonstrou fé na recuperação. Ele também prestou solidariedade aos brasileiros pelo momento difícil.
No dia 5 de março, a assessoria do senador informou que ele havia sido transferido para a UTI, em razão da gravidade do quadro de infecção. Uma semana depois, no dia 12, a família informou, pelas redes sociais, que o quadro seguia estável, mas requeria cuidados. Desde o dia 15, o boletim diário publicado na conta do senador informava que ele permanecia na UTI, mas estável. A notícia da morte do senador veio às 16h15 desta quinta-feira.
DEFENSOR DA VACINA E DA CPI DA COVID-19
Em seus últimos dias antes do diagnóstico e da internação, Major Olímpio fez várias declarações em que defendeu a vacinação como única solução para que o Brasil vença a batalha contra o coronavírus. Ele também se manifestou a favor da instalação de uma CPI para apurar a atuação do governo federal no combate à pandemia, que está na ordem do dia.
Embora eleito pelo partido de Bolsonaro, à época, o PSL, ao qual se manteve, o senador, ao longo de seu mandato, foi se distanciando politicamente do governo. A postura do presidente frente à pandemia e o não cumprimento de algumas bandeiras de campanha fizeram Olímpio, praticamente, romper com o Planalto.
Major Olimpio é o terceiro senador a morrer vítima da doença. Antes dele, morreram os senadores José Maranhão (MDB-PB), em fevereiro, e Arolde de Oliveira (PSD-RJ), em outubro.
O primeiro suplente do senador é o empresário Alexandre Luiz Giordano. O segundo, que a gora passa a ser o primeiro, é o ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, o ex-astronauta Marcos Pontes. Ambos são do PSL.
O suplente de Arolde empossado foi o advogado Carlos Portinho (PL-RJ), enquanto Maranhão foi sucedido pela ex-deputada Nilda Gondim (MDB-PB).
NOTA DE RODRIGO PACHECO E LUTO OFICIAL
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgou nota de pesar em nome da Presidência da Casa e decretou luto de 24 horas.
Nota de pesar
A Presidência do Congresso Nacional lamenta profundamente o falecimento do senador paulista Major Olímpio, aos 58 anos, vítima de complicações causadas pela infecção por Covid-19. Em respeito à sua memória, o Senado Federal decreta luto oficial de 24 horas.
Policial Militar do Estado de São Paulo de carreira, Sérgio Olimpio Gomes dedicou-se à corporação por 29 anos. Na carreira política exerceu dois mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo (2007-2015) e um mandato de deputado federal (2015-2019). Foi eleito senador da República em 2019.
Major Olímpio foi o terceiro senador que perdeu a vida para o novo coronavírus. O senador paraibano José Maranhão faleceu em fevereiro, e Arolde de Oliveira, senador pelo Rio de Janeiro, morreu em outubro do ano passado.
As sinceras condolências do Parlamento Brasileiro à família, amigos e a todos os paulistas.
Rodrigo Pacheco
Presidente Congresso Nacional
Pacheco também publicou nota pessoal de condolências, lamentando a perda do senador paulista.
NOTA DE PESAR
Lamento a notícia devastadora sobre o falecimento, nesta tarde (18), do senador Major Olimpio, mais uma vítima da covid-19. Conheci Olimpio na Câmara dos Deputados, quando exercemos mandatos de deputados federais na legislatura passada. Entramos juntos no Senado Federal em 2019, ele de São Paulo e eu de Minas. Brincávamos nos corredores da Casa sobre a política do café-com-leite, momento da história do nosso país vivido em nossos estados. Pensávamos diferente em diversas situações, mas gostávamos e respeitávamos um ao outro.
No dia de hoje perdemos todos. Perdemos um companheiro de trabalho, perdemos um trabalhador, perdemos um amigo. Perdemos mais um brasileiro.
Rodrigo Pacheco
Presidente Congresso Nacional
Com informações da Agência Senado