Cerca de 2 mil funcionários da Sabesp foram às ruas na capital paulista, nesta terça-feira (25), em protesto contra a privatização da estatal, defendida pelo candidato bolsonarista ao governo do estado, Tarcísio de Freitas.
“Estamos rodando todas as áreas da capital e do interior para alertar a categoria e a população do que está em jogo com a privatização da Sabesp. Tarcísio quer destruir a nossa Sabesp e isso prejudicará de forma brutal a população”, destacou a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), que promove as manifestações.
Para o sindicato, caso venha a ser privatizada, os empregos estarão risco, além da ameaça de aumento das tarifas.
“Temos diversos exemplos do que acontece quando serviços essenciais são entregues para o controle da iniciativa privada: péssimo serviço, demissões e aumento abusivo das tarifas. A Eletrobras é o exemplo mais recente”, alertou o presidente do Sintaema, José Faggian, durante o ato realizado em frente à Superintendência da Norte/MN, conhecida como Mirante.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), lembrou as graves consequências das privatizações do país, como o aumento das tarifas nas telefonias e as tragédias nas barragens de Mariana e Brumadinho após a privatização da Vale.
“Agora chega um candidato forasteiro dizendo que vai privatizar a água. A água e o saneamento são direitos humanos universais fundamentais para a garantia da vida e da dignidade humana. No Brasil de Bolsonaro está faltando salário, emprego, está faltando comida. Imagina como será quando faltar água. Já pagamos caro pela crise hídrica, com o racionamento pela falta de abastecimento. Se houver privatização, será terra arrasada”, ressaltou Adilson.
Na manhã desta quarta (26), a direção do Sintaema desembarcou na cidade de Lins, na região centro-oeste do estado de São Paulo, e realizou mais um protesto.
Segundo o Sindicato, “cerca de 13 mil trabalhadores, que garantem o abastecimento de água para 31 milhões de pessoas nos 375 municípios atendidos pela Sabesp e a coleta de esgoto de 27,7 milhões de paulistanos, estarão ameaçados caso a empresa seja privatizada”.
O Sintaema lembra ainda que, em novembro de 2021, a Câmara Municipal de Lins “aprovou por unanimidade a Moção de Repúdio contra a privatização da Companhia proposta por João Doria e Rodrigo Garcia, que hoje apoia Tarcísio e Bolsonaro”.
“É preciso lutar para que o saneamento, vital para a população, não caia nas mãos da iniciativa privada, que visa ao lucro. A privatização em outros países não deu certo, o serviço ficou ruim, as demissões foram em massa e a tarifa explodiu. O Sintaema seguirá firme denunciando o projeto de Tarcísio de Freitas. Água é vida, não mercadoria!”, afirma a direção da entidade.