A candidata à Prefeitura de Porto Alegre (RS) Manuela D’Ávila (PCdoB) já conta com novos apoios para o segundo turno das eleições, que será disputado com Sebastião Melo (MDB). Nesta segunda-feira (16), o PSOL e a Rede Sustentabilidade anunciaram o apoio à candidatura.
Nos primeiros momentos após o primeiro turno, Manuela destacou a necessidade de ampliar a participação popular na eleição. A capital gaúcha teve o maior nível de abstenção eleitoral, o que, na avaliação de Manuela, pode ser revertido.
“Porto Alegre foi a capital com maior abstenção. Não foi apenas em razão da pandemia. Eu acredito que foi em função do baixo nível da discussão no primeiro turno. Quero que elevemos o nível, uma política que não seja de violência e de mentiras, mas de transformação na vida das pessoas. Quero que as candidaturas confrontem ideias”, disse.
Nesta segunda, Manuela recebeu o apoio formal de Fernanda Melchionna e do partido dela, o PSOL. No primeiro turno, Fernanda recebeu 4,34% dos votos válidos e teve o quinto melhor desempenho entre os candidatos a prefeito de Porto Alegre.
“Muito me alegra o apoio do PSOL no primeiro dia deste segundo turno. Somos uma esquerda diferente, mas com muitas pautas em comum. Mais do que isso, somos a alternativa contra o abandono, o descaso, o ataque ao funcionalismo público, a privatização da Carris [estatal de transporte público da cidade], o fechamento dos postos de saúde. Porto Alegre já deu uma resposta nas urnas, elegendo homens e mulheres negras para a Câmara de Vereadores, representantes da periferia que querem ser ouvidos. Esse é o nosso compromisso, meu, do Miguel Rossetto, da Fernanda Melchionna, do Márcio Chagas e demais companheiros e companheiras do PSOL, Karen Santos, Matheus Gomes, Luciana Genro, Roberto Robaina, Pedro Ruas e Alex Fraga, que agora se unem a nós. Vamos em frente!”, declarou Manuela.
A Rede Sustentabilidade também declarou o apoio, na tarde da segunda-feira, à candidatura de Manuela. O partido fez parte da coligação da candidata Juliana Brizola no primeiro turno das eleições.
“Estamos comprometidos com o desenvolvimento da cidade e temos propostas em comum para uma Porto Alegre sustentável. Juntos e juntas vamos construir uma cidade melhor para a população”, celebrou Manuela.
Manuela também se reuniu com Montserrat Martins (PV) no seu intervalo de almoço do trabalho. O candidato entregou o programa que apresentou na eleição, do PV, e o partido decidirá quem vai apoiar na quarta-feira à noite.
PDT
A candidatura de Manuela também busca o apoio de Juliana Brizola e do PDT, que teve 6,41% dos votos válidos no primeiro turno e terminou a disputa em quarto lugar. O presidente pedetista, Carlos Lupi, disse que seu partido ainda não deliberou apoio em Porto Alegre.
NOVOS CAMINHOS
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Manuela D’Ávila destacou que o tema de sua campanha no segundo turno será a apresentação e comparação de propostas e a discussão de novos caminhos para a cidade.
Manuela também defendeu seus projetos para o desenvolvimento econômico na cidade. Segundo a candidata, “a proteção das pessoas” será a prioridade.
“Não existe proteção social sem desenvolvimento econômico. Queremos que o Dmae [Departamento Municipal de Água e Esgoto] faça investimento para ter água em todos os bairros o ano inteiro. Precisamos saber quais empresas precisamos e quem defende o quê. Precisamos de um debate caso a caso. A Política Público-Privada (PPP) de iluminação pública é importante, mas ela precisa chegar nas comunidades também. É preciso desenvolvimento econômico e proteção das pessoas, com a garantia de que Porto Alegre ocupe um melhor lugar no Brasil e no mundo”, defendeu Manuela.
ABSTENÇÕES
Uma das questões citadas por Manuela, com importância para o segundo turno, foi o alto número de abstenções no primeiro turno, na capital gaúcha.
O total de abstenções em Porto Alegre cresceu 10,5 pontos percentuais no primeiro turno das eleições municipais deste ano, se comparado com o pleito de 2016, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste ano, 358.217 (33,08%) eleitores não compareceram às urnas para escolher prefeito e vereador no município, contra 247.240 (22,5%) em 2016.
Levando em conta o total de votantes ausentes em cada uma das eleições, o crescimento percentual é de 44%.
Entre as capitais brasileiras, Porto Alegre lidera o ranking nesse quesito, seguida pelo Rio de Janeiro (32,8%) e Goiânia (30,7%). No país, a taxa de abstenção ficou em 23,14%; em 2016, foi de 17,58%. Na eleição presidencial de 2018, a taxa nacional foi de 20,33%.
Em todo o Rio Grande do Sul, 1,9 milhão de eleitores não foram votar nessa primeira etapa do pleito, o que representa 23,67% da população votante no Estado. Na eleição municipal passada, esse indicador ficou em 15,48%, segundo o TSE.