Evangélica, a ex-ministra do Meio Ambiente disse que o “povo brasileiro espera que os ministros do STF sejam juízes impessoais e imparciais, com o devido saber jurídico”
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, rebateu a declaração feita pelo futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, ao comemorar a votação do Senado que aprovou sua indicação para o cargo.
Após ter o nome aprovado, na última quarta-feira (1°), Mendonça disse que a decisão dos senadores representou “um passo para o homem, mas um salto para os evangélicos”.
Evangélica e uma das principais lideranças políticas da Rede Sustentabilidade, Marina se posicionou contra a fala de Mendonça. Em publicação no Instagram, mostrou a comemoração do ex-advogado geral de Jair Bolsonaro e uma manchete com a frase dita por ele.
A ex-ministra disse que Mendonça interpretou a sua eleição como “um passo dele, mas significando avanço dos evangélicos”. Também criticou o papel de “ministro evangélico” empregado a Mendonça.
“O povo brasileiro espera que os ministros do STF sejam juízes impessoais e imparciais, com o devido saber jurídico para, em conformidade com nossas leis e a nossa Constituição, promoverem a justiça para todos os habitantes do país que ali recorram. Não se espera que ministros do STF sejam a representação de qualquer segmento da sociedade. O espaço da representação política é o parlamento”, escreveu Marina.
O presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, definiu que a posse de André Mendonça na Corte será no dia 16 de dezembro.
André Mendonça foi escolhido para compor o STF e definido por Bolsonaro como o “terrivelmente evangélico”, provocando resistência entre os senadores.
A sua aprovação ocorreu após uma longa espera para ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), só marcou sua sabatina após 4 meses da indicação. E por isso sofreu pressões e ataques dos líderes evangélicos, em lobby violento por Mendonça.
O advogado-geral da União (AGU) foi aprovado por 47 votos a 32 no plenário do Senado na quarta-feira (1º): uma das mais apertadas votações de indicados ao STF.