A ex-ministra Marina Silva, deputada federal eleita pela Rede Sustentabilidade em São Paulo, registrou um boletim de ocorrência na madrugada deste sábado (22) após ter sido hostilizada por bolsonaristas durante um jantar em um hotel na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Em publicações nas redes sociais e durante coletiva de imprensa ao lado do ex-presidente Lula (PT), Marina Silva disse que estava saindo do restaurante do hotel quando cerca de 20 pessoas, que estavam em outras duas mesas, começaram a gritar “mito” e “Bolsonaro”.
Em seguida, ela ouviu por duas vezes os bolsonaristas a chamarem de “vagabunda”.
“Algo que a gente não consegue compreender é a postura, a atitude de intimidar. E por que quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar no ponto de vista político e ético. Não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira”, disse a deputada eleita.
Com 237.526 votos, Marina Silva foi uma das deputadas federais mais votadas de São Paulo nas eleições deste ano. Ela enfatizou que registrou a denúncia por entender que no contexto do “acirramento político que estamos vivendo”, essa atitude também caracteriza violência política de gênero, que tem como intuito “inibir o exercício da ação política das mulheres”.
Por meio das redes sociais e durante discurso em coletiva de imprensa, o ex-presidente Lula se solidarizou com a também ex-senadora.
“O ataque ontem a Marina Silva faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais levantaria pra xingar alguém dessa forma”, afirmou Lula.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais relatou que Marina prestou queixa e fez boletim de ocorrência.
“A Polícia Civil de Minas Gerais apura a prática de injúria contra Marina Silva, candidata eleita a deputada federal, vítima de insultos motivados por questões políticas, na noite de ontem (21/10), em BH. Na Delegacia de Polícia, foi lavrado boletim de ocorrência. O autor ainda não foi identificado”, diz o texto.