A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), criticou a perseguição do governo Bolsonaro contra lideranças indígenas que denunciaram suas omissões e crimes durante a pandemia.
“Em uma democracia não podemos tolerar essas tentativas de silenciamento das vozes que resistem e discordam desse (des)governo autoritário”, disse Marina.
A ex-senadora se solidarizou com os líderes indígenas Almir Suruí, do povo Suruí, de Rondônia, e Sônia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que foram intimados pela Polícia Federal em uma ação movida pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
“Mais uma vez registro o meu repúdio aos atos arbitrários e de intimidação do governo Bolsonaro. Minha solidariedade à Guajajara Sonia e ao Narayamoga”, escreveu Marina no Twitter.
A Rede Sustentabilidade, partido de Marina, também expressou “repúdio e protesto contra a ação arbitrária e ilegal do Governo Bolsonaro, que por meio da FUNAI tenta intimidar as ações de Sonia Guajajara, liderança internacionalmente reconhecida da APIB”.
A Funai, controlada pelo governo Bolsonaro, acusa Almir Suruí e Sônia Guajajara de terem divulgado supostas fake news contra o governo Bolsonaro.
Para a liderança Suruí, “isso não é difamação, esse inquérito é uma ameaça do governo, mas sei que vamos enfrentar”.
Sonia Guajajara disse que a intimação é uma “perseguição inaceitável e absurda”.
Em nota, a Apib afirmou que “o governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos. Atualmente, mais da metade dos povos indígenas foram diretamente atingidos pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1.059 mortos”.