Nesta quinta-feira (21), em Brasília, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conjunto com o Ministério da Defesa e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), oficializaram uma parceria visa a contratação de 22 projetos de inovação de 25 empresas brasileiras que operam no setor de defesa com o investimento de R$ 238 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDC).
O dinheiro do FNDC destinado para estes projetos é a maior quantia já investida pelo órgão em subvenção econômica para a indústria de defesa.
“O fomento à base industrial de defesa permite ao Estado dispor de inovações imprescindíveis para o monitoramento do meio ambiente e das fronteiras, garantindo a segurança das terras indígenas, da população e do território nacional. Além disso, investimentos no complexo de defesa resultam no aumento das exportações de produtos de alto valor agregado e na geração de empregos qualificados, contribuindo para a fixação de talentos no país. É uma indústria em que as empresas atuam em estreita parceria com Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, especialmente aquelas ligadas às Forças Armadas”, disse a ministra Luciana Santos.
A Finep, através de um edital lançado em junho de 2022, fez a seleção dos projetos, abrangendo diversas áreas e tecnologias, que incluem desde propulsão aeroespacial até defesa cibernética e veículos não tripulados. Os benefícios dessa iniciativa se estendem às Forças Armadas, uma vez que esses projetos têm o potencial de elevar as capacidades operacionais das Forças, contribuindo, assim, para a soberania nacional.
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, enfatizou que este edital representa um momento histórico na consolidação da Base Industrial de Defesa, o que fortalecerá a resolução de desafios tecnológicos e reforçará a sinergia entre o setor de defesa, a indústria e a academia. Ele também destacou a relevância do setor de defesa, que contribui com 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e sustenta 2,9 milhões de empregos, diretos e indiretos, em todo o país.
“Nossas empresas de defesa têm contribuído para que o país alcance graus de prontidão e operacionalidade compatíveis com seus desafios. Essas empresas se destacam pelo esforço para ampliar nossa independência e autonomia estratégica. A Base Industrial de Defesa é composta por diversas organizações públicas e privadas, civis e militares, que realizam pesquisas, projetos, desenvolvimento, industrialização de bens e serviços”, frisou.
Já o presidente da Finep, Celso Pansera, afirmou que o edital representa a retomada dos investimentos e da industrialização do país. “O que nós estamos fazendo é pegar um sistema de Base Industrial de Defesa maduro, com ICTs com projetos maduros em um momento que temos recursos para anunciar esses investimentos, o que projeta um futuro bastante interessante e que trará capacidade enorme do Brasil de produzir e exportar produtos.”
Essa iniciativa está alinhada com uma das missões estabelecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) no contexto da nova política industrial, que enfatiza o estímulo às tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.
“MCTI e Finep estão totalmente integrados ao esforço de implementação da nova política industrial. É nesse contexto que anunciamos o maior volume de recursos de subvenção econômica já destinados à indústria de defesa pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico”, concluiu a ministra Luciana Santos.