O MDB anunciou que lançará candidato próprio na disputa pela presidência do Senado Federal, mas ainda não definiu o nome.
De acordo com a nota divulgada nas redes sociais, a candidatura que o partido apresentará refletirá “a postura de ponderação e diálogo que tem pontuado a atuação da legenda no cenário nacional”.
“Com o maior número de parlamentares no Senado Federal, a bancada está pronta e unida para assumir a responsabilidade e os compromissos que lhe cabem na eleição para o comando da Casa, em 2021. O momento exige bom senso e maturidade política. O respeito ao diálogo e à dimensão das bancadas é particularmente importante para garantir a condução equilibrada de uma pauta de reconstrução do país, após esse período tão difícil que o Brasil enfrenta”, diz trecho da nota divulgada pela bancada emedebista.
O partido se disse comprometido com medidas para “atenuar o impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus, no esforço de salvar vidas e enfrentar os desafios econômicos causados pela crise”.
O MDB defendeu um “amplo programa de vacinação contra a Covid-19”.
Ele é o maior partido no Senado Federal, com 13 representantes. Os favoritos entre eles para disputar a eleição em fevereiro de 2020 são Simone Tebet (MS), Eduardo Gomes (TO), Eduardo Braga (AM) e Fernando Bezerra Coelho (PE).
A nota do partido enfatizou que a liderança buscará “dialogar com todas as bancadas”.
De acordo com membros da bancada, o partido está reagindo à articulação do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, logo após a sua reeleição ser barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou negociações para fazer Rodrigo Pacheco (DEM-MG), senador em primeiro mandato, o seu sucessor.
Os líderes emedebistas no Senado estão conversando com PSD e Podemos, que ainda não decidiram apoio a um candidato.
Para a bancada do MDB, a eleição do candidato da maior bancada garante menos interferência externa no processo. Os senadores do partido dizem que o candidato do atual presidente do Senado é apoiado pelo governo e que vai interferir na independência da Casa, além de poder influenciar na disputa para 2022.
“Ora, para que serve o Senado Federal se ele virar daqui para frente uma Casa facilmente manipulada e controlada pelo Executivo? Nós só somos 81 senadores, não é difícil reunir maioria e conseguir o Executivo sempre eleger o presidente do Senado aqui dentro. O que está em jogo é algo muito maior”, afirmou a senadora Simone Tebet.
“Resolvemos, então, unir esforços para tentar acabar com qualquer tentativa de transformar o Senado em uma Casa onde o balcão de negócios estaria aberto”, continuou Tebet.
“Esse balcão de negócios nos assustou e assustou também alguns colegas. Aquela sensação de que o jogo já estava jogado, isso rapidamente foi debelado em 24 horas, houve uma movimentação muito forte dentro do Senado com outras bancadas que perceberam que o projeto do Davi, por mais que gostemos dele, representaria a perda da independência do Senado”, disse a senadora.