A Comissão Executiva Nacional do MDB reafirmou, na terça-feira (24), o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata à Presidência da República, em aliança com o Cidadania e o PSDB.
A Executiva do Cidadania reforçou, também em reunião realizada na terça, o apoio à senadora. O encontro do PSDB está marcada para o dia 2 de junho.
Segundo o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), “90% do partido se manifestou favoravelmente” à candidatura de Tebet.
“A reunião de hoje serviu apenas para demonstrar que há uma esmagadora maioria do MDB que defende a candidatura própria da senadora Simone Tebet”, disse.
“Acredito eu que a gente nunca vai buscar a unanimidade, mas hoje, pelo apoio da pré-candidatura, mais de 90% do MDB e dos convencionais declararam, abertamente, apoio à pré-candidatura da Simone Tebet”.
Para o dirigente, a reunião foi “mais um passo de consolidação dessa candidatura, que agora nos permite conversar com os demais partidos”.
Os presidentes estaduais e parlamentares do partido também fizeram parte da reunião. O presidente do MDB da Bahia, Alex Futuca, disse que a candidatura de Simone fortalece o partido e reconhece suas qualidades “para, em nome do partido, disputar a Presidência da República”.
O senador Jarbas Vasconcelos enviou um vídeo destacando “sua força, seu preparo e a sua disposição” e falou que deseja um “caminho novo e longe dos extremos”. “Simone é a pessoa que o Brasil precisa e merece”, completou.
O presidente do MDB de Pernambuco, deputado Raul Henry, afirmou que “a candidatura com maior condição de representar o setor da sociedade que quer uma terceira alternativa é a da senadora Simone Tebet”.
CIDADANIA APOIA TEBET
Em nota divulgada após a reunião da Executiva Nacional do Cidadania, o presidente da legenda, Roberto Freire, assinalou que a candidatura de Tebet deve combater a polarização “que empobrece o país. Gera fome e desemprego. Insufla o ódio. Divide famílias e sociedades. Coloca em risco nosso futuro”.
“Simone Tebet terá a oportunidade de liderar um projeto que atraia os setores mais diversos possíveis”, tendo como “tarefa primordial” “isolar os inimigos da civilização: o fascismo e a barbárie”.
Freire falou que “o centro democrático continua aberto ao diálogo com todas as forças” democráticas.
“Com Simone Tebet, MDB, PSDB e Cidadania dão um passo concreto na direção da manutenção da democracia com um programa comum: projetar o Brasil do Século XXI. Um encontro com o novo mundo digital, as novas relações sociais e de trabalho e os desafios que elas ensejam”, argumentou.
Roberto Freire ainda falou do “gesto de grandeza de João Dória, ao renunciar à sua postulação”, que ocorreu na segunda-feira (23). “Ele deixa de sonhar com a Presidência para que milhões de brasileiros sonhem com uma candidatura de união, que fure a polarização entre Lula e Bolsonaro”.
Nota da Executiva Nacional do Cidadania
Nasce a candidatura do centro democrático
A história não se repete, mas ensina. E forças políticas democráticas, à direita e à esquerda, parecem ter aprendido com derrotas recentes. Derrotas que culminaram na eleição de Jair Bolsonaro e no período mais sombrio da história do país. O gesto de grandeza de João Dória, ao renunciar à sua postulação, é o maior sinal nesse sentido.
Ele deixa de sonhar com a presidência para que milhões de brasileiros sonhem com uma candidatura de união, que fure a polarização entre Lula e Bolsonaro. E o PSDB, em amplo debate interno, apesar de muitas vezes incompreendido, oferece ao país a abnegação que o grave momento nacional exige em nome do consenso.
Não estamos em 1964 ou nos tempos da resistência à ditadura militar, mas os tucanos, fundamentais na construção da candidatura única, abrem mão da cabeça de chapa para que o MDB se torne novamente uma grande frente democrática. E retome seu papel histórico.
Naquela oportunidade, esse papel foi o de recuperar a democracia. Hoje, é o de mantê-la em sua plenitude e garantir o livre exercício das instituições. Unindo hoje, tal como ontem, da esquerda à direita, forças que se contraponham ao projeto destrutivo e divisivo da polarização, em especial, o bolsonarista.
É preciso que se diga com clareza: a maior chance que Bolsonaro e seu neofascismo têm de se reelegerem é enfrentando Lula. Não se derrota um movimento antidemocrático com frente de esquerda, também ela com suas contradições liberticidas.
Com Simone Tebet, MDB, PSDB e Cidadania dão um passo concreto na direção da manutenção da democracia com um programa comum: projetar o Brasil do Século XXI. Um encontro com o novo mundo digital, as novas relações sociais e de trabalho e os desafios que elas ensejam.
Espera-se a adesão de liberais, ambientalistas, da nova esquerda e de todos que tenham as liberdades e a democracia como valores universais. Esquerda aqui pensada como a social-democracia europeia, os liberais norte-americanos e, na América do Sul, representada por Gabriel Boric, presidente do Chile.
Um homem de esquerda que não tolera ditaduras. A esquerda do Século XXI não pode admitir regimes ditatoriais nem apoiá-los.
Quem ainda olha esse movimento com descrédito deve lembrar que, também na ditadura, liberais do PFL e a esquerda ligada ao PT chegaram apenas no final. O núcleo de resistência estava no MDB.
É por isso que o centro democrático continua aberto ao diálogo com todas as forças que vejam na polarização um embate que empobrece o país. Gera fome e desemprego. Insufla o ódio. Divide famílias e sociedade. Coloca em risco nosso futuro.
Uma polarização cujo legado poderá ser ainda a reeleição do pior governo que esse país já teve. Ninguém está aqui a dizer que uma ditadura como a de 58 anos atrás se avizinha. Mas a destruição de seus pilares está em curso.
A história não se repete senão como farsa. Mas é importante conhecê-la. Os erros e os acertos. Simone Tebet terá a oportunidade de liderar um projeto que atraia os setores mais diversos possíveis.
E o MDB, uma segunda chance histórica de ser novamente instrumento de unidade e reafirmação da liberdade e do desenvolvimento do país. Com a primordial tarefa de isolar os inimigos da civilização: o fascismo e a barbárie.
Essa é a posição da Executiva Nacional do Cidadania, à qual o partido espera que os demais integrantes do centro democrático e todos os que desejam o fim da polarização se associem.
Roberto Freire
Presidente da Comissão Executiva Nacional do Cidadania
PSDB
Em entrevista a jornalistas em Brasília, nesta quarta-feira (25), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou não ter dúvidas de que terá o apoio do PSDB.
“Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora: homens e mulheres de bem do PSDB. Não tenho dúvida de que essa construção está sendo muito bem feita pelo nosso presidente Baleia Rossi [MDB] junto com o presidente [do PSDB] Bruno Araújo”, declarou Simone Tebet nesta quarta-feira.
Ela foi indagada se tem conversado com o ex-governador de São Paulo, João Doria, após a desistência. Simone afirmou que “sempre” conversa com o PSDB e com Doria. Disse, ainda, que mandou mensagem para Doria e que foi “rapidamente respondida”.
“A minha relação com o PSDB é da mais profunda amizade. Tenho nos grandes líderes do PSDB hoje, que eu faço agora uma homenagem em nome do meu amigo pessoal, meu querido e particular amigo, que é alguém com quem me aconselho, senador Tasso Jereissati, e de um grande amigo que também conquistei ao longo do tempo, que é o presidente Bruno Araújo, eu faço uma homenagem à história do PSDB. Foi pela estabilidade da moeda, que lutou conosco por democracia, e está conosco dentro desse processo do centro democrático”, afirmou.
Simone Tebet ainda declarou que o país tem urgência de mudança e ela e o MDB dizem “presente”. “E a esse clamor o MDB também grita: ‘presente’. Tendo ao lado o Cidadania e, em breve, não tenho dúvidas, o PSDB. A esse clamor eu também respondo ‘sim, eu estou presente’. É um clamor da urgência de um país que é dito celeiro do mundo, mas não tem a capacidade de alimentar seus filhos”, afirmou.