Somente 21 meses após sua prisão, um dos operadores do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), Ary Ferreira da Costa Filho foi exonerado de seu cargo de fiscal na Secretaria de Fazenda do Estado.
Costa Filho, foi preso no desdobramento da Operação Lava Jato, na Operação Mascate, ele lavava dinheiro para o esquema de Cabral em concessionárias de carros e movimentou milhões de reais. Só em propina, ele é acusado de receber R$ 10 milhões, além de desviar R$ 3,8 milhões da Fazenda estadual.
Solto desde outubro de 2017, Costa Filho foi afastado do serviço e impedido de acessar os sistemas informatizados da pasta, mas continuava recebendo seus salários de fiscal da Secretaria da Fazenda fluminense, que era de R$ 10.365,89. No período o contraventor recebeu dos cofres públicos R$ 228.049,58 – incluindo o décimo terceiro do ano passado.
Segundo a Secretaria Estadual de Fazenda a demora faz parte do rito processual de uma demissão de servidor público, “Sobre a possível demora, na realidade, faz parte do rito administrativo”, prossegue o texto. “Como ele era servidor público estatutário, a Secretaria teve que cumprir todos os ritos administrativos e legais que antecedem a demissão e são exigidos em uma Administração Pública”, emenda.
Ary é réu em cinco processos da Lava Jato da na Justiça Federal, mas foi solto pelo juiz Marcelo Bretas em outubro do ano passado, justamente no dia em que havia sido denunciado pela terceira vez. Ele responde em liberdade, já foi condenado a mais de 14 anos, teve imóveis de luxo de frente para o mar leiloados, e um veículo de luxo Camaro, apreendido no dia de sua prisão.