Quase a metade dos brasileiros teve seu nome incluído nos cadastros dos serviços de proteção ao crédito nos últimos 12 meses, apurou pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e coordenada pelo SPC. De acordo com o levantamento divulgado na terça-feira (28), 48% declararam ter tido o nome negativado ao longo de 2019.
O cadastro é para onde vão os números do CPF de pessoas que deixaram dívidas em atraso – o famoso “nome sujo”. Uma vez lá, as pessoas passam a ter restrições de crédito.
Questionados sobre o orçamento, 33% dos entrevistados afirmaram que não sobra nada após quitação das despesas ordinárias e outros 22% disseram que deixam com frequência de pagar os compromissos.
Informalidade e desemprego
O alto índice de informalidade (38,8% dos trabalhadores) explica o porque de mais de 20% dos entrevistados na pesquisa terem declarado que suas dificuldades de pagar as despesas e dívidas se deve à uma renda variável. Além de salários mais baixos, o emprego informal que explodiu no primeiro ano de governo de Bolsonaro não dá garantias e estabilidades, nem mesmo para os vencimentos.
Outra pesquisa, essa dirigida pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), deu conta que 30,9% dos brasileiros entraram em 2020 com contas em atraso. A inadimplência chega até mesmo às contas básicas – como água e luz.
Enquanto isso, os preços sobem: para a energia elétrica, por exemplo, houve aumento 5% em 2019. Os gastos com saúde (que inclui planos medicos) tiveram um aumento de 5,41%, em média. A inflação do aluguel, por sua vez, chegou a 7,3% em 12 meses.