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Os metalúrgicos da General Motors (GM) de São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira, 23.
A categoria exige o cancelamento de todas as demissões anunciadas neste sábado, 21. O anúncio da montadora foi feito por telegrama. Os trabalhadores ainda exigem estabilidade no emprego e manutenção dos postos de trabalho.
De acordo com o sindicato da categoria, em São José dos Campos, a GM tem um acordo de layoff firmado em junho deste ano com os trabalhadores, que prevê estabilidade no emprego para todos da fábrica, até maio de 2024. “O acordo, portanto, foi quebrado e as demissões foram feitas sem qualquer negociação prévia com o sindicato, contrariando a legislação que exige essa medida em caso de cortes em massa”, diz o sindicato.
Até o momento, a GM não informou quantos trabalhadores foram demitidos, “mas há confirmações de que entre eles estão mulheres grávidas e pessoas com problemas de saúde”.
“Está declarada a guerra pelo cancelamento das demissões. O que a GM fez foi uma covardia e absoluto desrespeito aos trabalhadores e ao acordo assinado. Não vamos tolerar nenhuma demissão sequer. Vamos exigir dos governos federal e estadual medidas imediatas pelo cancelamento das demissões”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano.
Ontem, a GM demitiu os funcionários das unidades de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. O motivo, segundo a empresa, seria a queda nas vendas.
PRODUÇÃO 100% PARALISADA
Com a greve já aprovada neste domingo, amanhã a produção da fábrica estará 100% paralisada. Haverá uma assembleia unificada na porta da GM, a partir das 5h30, com trabalhadores dos três turnos.
A GM de São José dos Campos possui cerca de 4 mil trabalhadores, sendo que 1.200 estão em layoff. A fábrica produz os modelos S-10 e Trailblazer, além de motores e transmissão.
“Não existe crise na GM. O que existe é um processo de reestruturação da montadora em todas as suas unidades, no mundo. Nos Estados Unidos, os companheiros da GM estão em greve há um mês, por melhores salários e direitos. Em São José dos Campos, também reivindicamos a redução da jornada sem redução de salário”, afirma o dirigente da CSP-Conlutas Luiz Carlos Mancha.