Após a Mercedes-Benz anunciar que demitirá 3.600 trabalhadores no ABC paulista, seis mil metalúrgicos da planta de São Bernardo do Campo decidiram cruzar os braços até a próxima segunda-feira, em assembleia na quinta-feira (8).
“Precisamos mostrar que um processo de negociação se faz em torno de uma mesa. Muitas vezes num processo de negociação não vai prevalecer tudo que o Sindicato quer, mas também não vai prevalecer tudo o que a empresa quer”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, Moisés Selerges.
O anúncio das demissões e terceirização de parte da produção foi feito pela multinacional alemã na terça-feira (6), através de um boletim dirigido aos funcionários.
“Queremos lutar pelos nossos empregos e pelo futuro também dos companheiros de contrato temporário, a luta tem que ser de todos e não só das áreas envolvidas. Aqui não tem herói, tem gente comprometida para fazer a luta, e pode ser um processo longo, temos quer ter fôlego”, afirmou o dirigente sindical.
“O problema não é de áreas específicas, mas de todos nós, portanto a vitória será de todos nós também”, completou.
Segundo a direção da empresa, as demissões fazem parte de uma reestruturação com a terceirização de serviços, para concentrar esforços na demanda do mercado atual.
No início do ano, alegando falta de componentes eletrônicos, a Mercedes-Benz já tinha posto 600 trabalhadores em férias coletivas em São Bernardo do Campo.
Na próxima terça-feira, o sindicato se reúne com a empresa para iniciar as negociações.