Os trabalhadores da Renault de São José dos Pinhais (PR) decidiram em assembleia na quinta-feira manter a greve iniciada no dia 21 de julho, apesar da decisão da Justiça que determinou a readmissão dos 747 funcionários que haviam sido dispensados pela empresa.
Além da reintegração dos demitidos, para encerrar a greve, os metalúrgicos reivindicam que a empresa se reúna com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) para negociar acordo que garanta a manutenção dos empregos. Um primeiro encontro aconteceu na tarde de ontem (6), e uma nova reunião deve acontecer hoje.
“Atendendo nosso pedido, a Renault finalmente aceitou sentar para conversarmos e debater a situação dos trabalhadores e da fábrica. Sempre estivemos abertos para debater alternativas que a empresa pode utilizar antes de demitir simplesmente. Queremos construir uma proposta que atenda todos os trabalhadores da fábrica assim como fortaleça a competitividade da empresa. Esse sempre foi o nosso objetivo e vamos trabalhar para isso”, afirmou o presidente do SMC, Sérgio Butka.
O sindicato e a empresa debateram a situação dos reintegrados e iniciaram negociação para construir uma proposta de acordo que contemple a manutenção dos empregos e a viabilidade da vinda de novos produtos para a fábrica.
“Não tem como encerrar a greve sem nada acordado. Senão daqui a pouco a empresa decide demitir de novo e voltamos ao começo de tudo novamente. Esperamos maturidade por parte da Renault. Queremos negociar uma situação que fique razoável tanto para os trabalhadores como para empresa”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka.
A readmissão dos 747 trabalhadores foi determinada pela 3º Vara do Trabalho de São José dos Pinhais, em resposta à ação impetrada pelo sindicato. No despacho da ação, a Juíza Sandra Mara de Oliveira Dias entendeu que a Renault descumpriu acordo firmado pela própria empresa com o Ministério Público do Trabalho onde se comprometia a não realizar demissões coletivas sem antes negociar com o Sindicato da categoria.