Em assembleia, na noite da última sexta-feira (6), em Diadema, os metalúrgicos do ABC decidiram rejeitar a proposta de aumento real abaixo de 1% feita pelas empresas patronais. A categoria, que tem data-base em 1º de setembro, também aprovou a entrega do aviso de greve.
A proposta rejeitada inclui reposição de 4,06%, equivalente à variação do INPC-IBGE nos 12 meses anteriores à data-base, e aumento real (acima da inflação) inferior a 1%. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Moisés Selerges, o índice não contempla as reivindicações. Por isso, as empresas serão comunicadas sobre a possível paralisação. “Não dá para ser só o INPC! Todas as vezes que vamos negociar eles colocam uma série de dificuldades”, criticou Moisés, referindo-se às empresas.
“Queremos 2% de aumento real, o que representa 50% do INPC do período, mais a aplicação da reposição da inflação. Após a entrega dos avisos de greve, caso não haja resposta dos patrões, vamos parar o ABC em busca do nosso aumento”, acrescentou.
A campanha salarial envolve 13 sindicatos em São Paulo, liderados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT). E abrange aproximadamente 190 mil trabalhadores, sendo 45 mil na base do ABC. As montadoras (25 mil) têm negociação à parte.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, aprovarem indicativo de greve os trabalhadores da IGP, Parker, Brasmetal, Movent Forjados, Isringhausen e Evacon, em Diadema; VMG e Aperam, em Ribeirão Pires; Arteb e Samot, em São Bernardo.
Para Moisés, existe sinalização de resultado melhor para a economia neste ano. “Os especialistas já sinalizaram que o PIB este ano vai passar de 3%. O crescimento do PIB reflete o crescimento da economia. Quem, senão nós, trabalhadores, produz a riqueza desse país? O aumento real significa mais dinheiro no bolso do trabalhador e mais comida no prato”, afirmou o dirigente e declaração à Rede Brasil Atual.