Os 747 trabalhadores da Renault de São José dos Pinhais (PR) que foram demitidos no final de julho vão ser recontratados. A montadora apresentou a proposta na segunda-feira (10), em acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).
Após as demissões, no dia 21 de julho, os cerca de 7 mil trabalhadores da empresa entraram em greve, que chegou ontem ao 20º dia.
Na semana passada, a Justiça do Trabalho, atendendo à ação do sindicato, já havia determinado a anulação das demissões e a readmissão dos funcionários.
O sindicato também pressionou o governo do Estado e a Assembleia Legislativa para que se posicionassem em relação à Lei 15.426\2007, que determina que empresas como a Renault, que recebem incentivos fiscais do Estado, não podem demitir.
Entre as reivindicações do sindicato, além da readmissão dos 747 dispensados, os trabalhadores também conquistaram o compromisso da empresa pela manutenção dos empregos e um pacote salarial de quatro anos que inclui a Data Base, a participação nos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial.
“Apesar de difícil, conseguimos estabelecer uma negociação com a Renault e construir uma proposta que garantisse a readmissão dos trabalhadores e um compromisso de manutenção dos empregos, que tem sido a maior luta do Sindicato atualmente. Para que fosse possível, apresentamos diversas alternativas que possibilitam tanto os empregos como as demandas da empresa”, afirmou o presidente do SMC, Sérgio Butka.
O resultado do acordo fechado com a empresa já foi apresentado aos trabalhadores em assembleia online na tarde de segunda-feira. Entre ontem e hoje, até atingir 80% dos votos, a proposta deve ser aprovada pelos trabalhadores e a greve encerrada. Caso o acordo seja aprovado, a partir de amanhã os funcionários retornam ao trabalho.
Os readmitidos ainda permanecerão em casa, agora recebendo salário, até que seja concluído o PDV (Plano de Demissão Voluntária), no dia 20 de agosto.
“Agora vamos esperar a votação dos trabalhadores. O que importa é o trabalhador pode ter mais tranquilidade para desenvolver sua função e produzir melhor”, afirmou Sérgio Butka.