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A cantora e compositora Margareth Menezes tomou posse na noite desta segunda-feira (2) como ministra da Cultura, em uma cerimônia no Museu da República, em Brasília, que contou com a participação de centenas de pessoas.
Margareth comemorou a recriação do ministério, destruído durante a gestão de Jair Bolsonaro. A artista, que exerce ativismo social e político, criticou os retrocessos enfrentados pela área na gestão passada e prometeu a reconstrução de políticas públicas e incentivos para o setor cultural.
No discurso, Margareth assegurou que “nunca mais” a pasta perderá seu status de ministério. “Como aceitar que, de repente, nosso Ministério da Cultura, dessa profunda riqueza, tenha desaparecido por duas vezes do nosso horizonte? Nunca mais”, assegurou.
“Nós merecemos o nosso ministério. O Brasil tem uma das mais ricas, potentes e respeitadas forças de produção cultural do mundo. Que o nosso Minc nunca mais desapareça”, defendeu.
Margareth destacou que o a extinção do Ministério da Cultura e o desmonte de políticas públicas do setor trouxeram “problemas econômicos e muita dor”. “Por que o Minc foi extinto? Obviamente não porque é irrelevante. Combate-se a cultura quando se quer um país calado”, disse.
A ministra criticou a ausência de ações do governo passado para apoiar artistas durante a pandemia, mas destacou a resistência da classe artística. “Nesse hiato de quatro anos o tamanho da nossa perda foi muito grande”, afirmou. “Mas houve resistência e ninguém soltou a mão de ninguém”.
“Durante a pandemia os artistas brasileiros sofreram como nunca. O prejuízo econômico do setor artístico cultural foi de aproximadamente R$ 63 bilhões, segundo pesquisas recentes. Sem Ministério, sem políticas culturais e sem recursos”, criticou
Magareth disse que “muitos dos mais criativos e sensíveis brasileiros tiveram que deixar os palcos, as telas, as bibliotecas, os ateliês e buscar outras atividades para poder sobreviver. Com isso, o próprio Brasil ficou mais calado, apequenado, triste.”
A cantora esclareceu que o Minc será reconstruído, mas não do “zero” e destacou ações de gestões passadas. De acordo com a ministra, o governo Lula defenderá “a ideia de que a cultura está no centro”. “Vencemos, o Minc está de volta, o Brasil que queremos está de volta”.
“Todos ganham com o desenvolvimento cultural. Como sabem, educação sem cultura é ensino, segurança sem cultura é repressão, saúde sem cultura é remediação, desenvolvimento social sem cultura, é assistencialismo”, completou a ministra.
Janja da Silva, que também discursou durante a cerimônia, ressaltou a importância da cultura para a reconstrução do Brasil.
“A cultura tem muito a ajudar, a contribuir ao Brasil. A cultura não é só para lazer, ela é para gerar economia, para gerar riqueza para o nosso Brasil. E é isso que a gente vai fazer. A cultura não está em nenhum nível menor, ela está igual à educação, à saúde, ela está ali e ela merece”, disse a primeira-dama.
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“A CULTURA TOMOU POSSE”
“A Cultura hoje tomou posse com a ministra Margareth Menezes, que expressará toda essa diversidade do nosso povo, que subiu a rampa com Lula, nas políticas culturais!”, afirmou em suas redes sociais a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
“É o renascimento do Ministério da Cultura que tem uma importância fundamental para o Brasil do Futuro que queremos! Fiquei muito emocionada de contribuir nessa caminhada e com a receptividade que tive ao chegar lá, depois de tanto trabalho coletivo”.
A cerimônia aconteceu com diversas apresentações artísticas, inclusive da ministra, que cantou a música “Faraó”.
A recriação do Ministério da Cultura atende a um compromisso de campanha de Lula que prometeu devolver à pasta a sua condição de ministério, órgão que foi dissolvido na gestão Bolsonaro e passou a ser uma secretaria especial vinculada ao Ministério do Turismo.
Com a recriação, há também a ideia de implementar o Sistema Nacional de Cultura, com descentralização dos recursos. O novo governo defende ainda potencializar processos criativos, fortalecer a memória e diversidade cultura brasileira, com uma atenção à arte e a cultura popular e periférica.
Com mais de três décadas de carreira, Maragareth Menezes tem mais de 10 álbuns lançados, quatro indicações ao Grammy, fez mais de 20 turnês internacionais e é uma das principais representantes da música baiana no mundo.
No ano de 2008, Margareth criou a Fábrica Cultural, uma instituição social que promove educação e cultura com ações sociais destinadas a jovens e comunidades, com cursos profissionalizantes e oficinas de arte e educação.
A Fábrica Cultural passou a abrigar o Mercado Iaô, que desde 2014 promove música, artes visuais, gastronomia, além de mais de 100 artesãos e empreendedores criativos, contando sempre com shows de Margareth.